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Hiperatividade - TDA/TDAH

Desafios e Possibilidades de COMO ENSINAR UMA CRIANÇA COM TDA/H

Prática e Realidade
Aprendizes e TDA/H
Como professora e buscadora psicopedagógica, compartilho um embate e situação cotidiana com nossos aprendizes que apresentam o quadro de TDA/H. 
Particularmente, sou ciente de muitos aprendizes estarem sem organização interna e externa por falta de limites e estrutura familiar, o que não é caso de TDA/H,  enfatizo aqui quadros do transtorno já comprovados neurologicamente e por comportamento de muito tempo observados por mim, em atendimento e que veem prorrogando e me inquietando quando é estar com eles em sala de aula e pouco se consegue de avanços de aprendizagem, fator preocupante quando não ocorre a alfabetização, maior desafio para mim no momento.
Trabalho com equipe multidisciplinar, pouco a escola consegue ter e manter contato significativo. Acontece  em contatos esporádicos via relatórios com profissionais afins. O trabalho se desvincula por questão da falta de planejamento e tempo de encontros e avaliações e os avanços e entendimento para auxiliar nossos aprendizes fica ineficaz. Desanimar, acontece, mas desistir não. 
Acreditar e enfrentar os desafios é preciso.
Por isso na busca de  material literário, virtual e prático para planejamento com eixo psicopedagógico, compartilho as informações a seguir, que podem nutrir e motivar sua prática como pais, professores e psicopedagogos e acreditar que podem criar resultados positivos, que concomitantemente interligar criatividade e praticidade para elaboração de material próprio e  poder aplicar com nossos aprendizes.
Qualquer novidade e esclarecimento, entre em contato,caso queira interagir sobre o tema.
Que possamos ousar, acreditar em aprendizagem para todos.
Bom proveio, Rosangela Vali.

TDA/H é um problema do funcionamento de certas áreas do cérebro que comandam o comportamento inibitório, (freio), a capacidade de executar tarefas de planejamento, a memória de trabalho, (entre outras funções), determinando que o indivíduo apresente sintomas de desatenção, agitação, (hiperatividade), e impulsividade. É a condição crônica de saúde de maior prevalência em crianças em idade escolar É o distúrbio neuro comportamental mais comum na infância Não é um transtorno de conduta moral e sim um transtorno neurobiológico.
    
ESTRATÉGIAS E SUPORTES PARA LIDAR COM PROBLEMAS SOCIAIS E EMOCIONAIS:
-Tente variar a organização de assentos para proporcionar uma situação em que o aluno sinta-se confortável. 
-Dê ao aluno responsabilidade na sala de aula / escola. 
-Reduza o número de tarefa ou modifique para possibilitar um maior índice de sucesso nos alunos. 
-Tente identificar o que está causando estresse e frustração ao aluno. 
-Reduza tarefas com papel / lápis e permita outros meios de produção. 
-Amplie o tempo para completar a tarefa.
-Use instruções curtas acompanhadas por demonstração ou exemplo visual. 
-Use um cronômetro para determinar o tempo a ser gasto em uma tarefa específica. 
-Forneça atividades que o aluno possa ter sucesso (academicamente e socialmente). 
-Envolva os alunos em atividades de monitoria com crianças menores. 
-Arranje mensagens para o aluno levar outras salas de aula ou para secretarias. 
-Descubra o interesse dos alunos e proporcione atividades que correspondam a esses interesses. 
-Tendem envolver os alunos em atividades extracurriculares. 
-Chame atenção para as potencialidades dos alunos e demonstre os talentos dele /dela, suas ilhas de competência. 
-Dê responsabilidades ao aluno de ser um assistente do professor, monitor, modelo, líder do grupo, etc. 
-Converse com professores, funcionários de apoio, orientadores, assistente sociais sobre esta criança. 
-Aumente a comunicação com os pais. 
-Aumente as oportunidades de encontrar com o aluno individualmente e estabelecer um relacionamento de apoio. 
-Dê a esta criança um monitor que possa lhe dar suporte e ser tolerante. 
-Ensine habilidades sociais apropriadas, estratégias de lidar com situações e resolver problemas.
-Ensine habilidades sociais apropriadas, estratégias de lidar com situações. 
-Forme pares de alunos com monitores de séries mais avançadas ou um amigo especial, entre a equipe. 
-Aumente significativamente as interações positivas, frequência de elogios e feedback. 

ENCORAJAMENTO E APRECIAÇÃO
*Eu aprecio o esforço que você usou nesta tarefa.
*Continue pensando nessas boas ideias. 
*Esse B+ reflete seu esforço. 
*Você deve estar orgulhoso de si mesmo. 
*...............(nome do aprendiz), eu percebi que você estava bem preparado para a aula de hoje. Realmente ajudou você ter arrumado sua carteira e em ordem o seu caderno. 
*Eu gosto da maneira que você lidou com aquele problema. 
*Você deve sentir-se bem em ver o progresso que você está fazendo. 
*Seu esforço está sendo compensado. 
*É isso mesmo... continue praticando e logo você saberá tudo. 
*Aposto que você se dedicou muito nesta questão. 
*Eu percebi que os alunos da mesa 2 realmente se ajudaram e trabalharam como equipe. Meus parabéns. 
*...........(nome do aprendiz), você seguiu as instruções rapidamente. 
*Eu aprecio sua cooperação. 
*Eu percebi que você realmente se dedicou a melhorar sua caligrafia. Posso ver uma melhora na sua letra. 
*Eu agradeço a maneira que você ajudou ........ com o que ela perdeu ontem por ter faltado a aula. Você realmente é um companheiro responsável. 
*Olha que melhora! Realmente mostra que você se dedicou com tempo e esforço. 
*Eu estou confiante que você fará uma boa escolha. 
*Você consegue fazer isto ! 
*Você está ficando melhor em... 
*Essa é difícil. Mas eu tenho certeza que você pode entender. 
*...........(nome do aprendiz), você está mostrando um grande auto-controle esta manhã. Você se lembrou de levantar a mão quando quer falar e está respeitando o espaço dos outros alunos. 

Fonte:Vanda Rambaldi Psicóloga Autora Consultada: Sandra Rief Greenhill LL J Clin Psychiatry, 1998 

Dicas - Realização de atividades em casa e na escola.
Para introduzir um assunto ou comentário novo, deve-se utilizar materiais didáticos variados em termos de cores, formas e tamanhos para que a criança possa manuseá-los. 
-Para a realização do “para casa”, o ambiente deve ter o mínimo de estímulos que possam desviar sua atenção. Evite objetos cortantes ou que possam se quebrar facilmente. Quebrar ou estragar objetos é muito comum entre as pessoas com TDA/H, e eles tendem se sentir culpados ao fazê-lo, experimentando angústia e estresse após a ocorrência do fato. 
-Para estabelecer um bom vínculo, olhe nos olhos e ouça o que o aluno tem a dizer; isto inclui seus objetivos, suas expectativas e medos. 
-Considerando que o planejamento é uma tarefa muito complicada para o aluno, auxilie-o pré-estabelecendo regras, objetivos, tempos e limites. Estes últimos devem ser colocados de maneira firme, porém sem o intuito de punir.
-Repita várias vezes às regras de forma clara e objetiva, sem um tom de cobrança. 
-Peça-o para repetir o que entendeu sobre o que acabou de ouvir. 
-Evite pressioná-lo com relação ao tempo com frases do tipo: “Ande rápido, seu tempo está se esgotando” ou “Acelere e pare de fazer hora”. 
-Monitorize o tempo de forma que sempre fiquem alguns minutos a mais para qualquer imprevisto. 
-Sinalize sempre quando estiver faltando alguns minutos para acabar a tarefa proposta. 
-Dê intervalos de 5 minutos a cada 40 minutos de trabalho para que o aluno possa movimentar-se, beber água, ir ao banheiro, etc. 
-Avise sobre possíveis mudanças com antecedência, para que ele se prepare e ajude-o a monitorar os imprevistos, pois estes são vividos com muito sofrimento pelo aluno. 
-Acompanhe a execução das tarefas, que devem ser realizadas por etapas e em passos pequenos. O conteúdo deve ser introduzido em pequenas quantidades, para ser lido e trabalhado. 
-O uso de marcadores de texto, gráficos, mapas, figuras, jogos, músicas, listas de lembretes e softwares interativos têm um papel importante no processo de aprendizagem do aluno com TDA/H. 
-Frequentemente, elogie os avanços no processo de aprendizagem, encorajando-o a continuar e reforçando positivamente com pequenos “brindes” ou “surpresinhas". 
-Estimule a participação do aluno em tarefas variadas, pedindo que faça pequenos favores como dar um recado ou buscar um objeto em outro lugar. Depois, estimule perguntas que facilitam a auto-observação do tipo: “o que acabei de fazer ?” ou “o que fiz hoje de legal ?” ou ainda peça para descrever uma cena, recontar histórias, relatar o que fez em um final de semana. 
-Sempre que possível, use o lúdico e a novidade. “Contar segredos no pé do ouvido” sempre aguça a curiosidade e garante a atenção do aluno. 
-Para que haja uma boa memorização, use dicas, macetes, lembretes, despertador e músicas cujas letras referem-se ao tema da aprendizagem. 
-Quando perceber o aluno se dispersando, aproxime-se dele, toque-o nos ombros, olhe-o nos olhos, altere seu tom de voz variando entre o grave e o agudo, mude sua expressão facial e gestos. 
-Evite corrigir a falta de atenção do aluno em voz alta diante de outras pessoas, pois ele poderá se sentir humilhado e reagir de forma mais distante ou mesmo agressiva. 
-Na sala de aula, o aluno deve senta-se próximo à professora, para que esta possa destinar-se a atenção necessária sem causar-lhe constrangimento ou despertar ciúmes no restante da turma.
-Evite colocar o aluno perto de janelas ou portas, pois ele pode ser facilmente distraído por estímulos externos. 
-Incentivos e reforços positivos do tipo: uma piscadinha, um tapinha nas costas ou um sinal de “joia” com a mão, são sempre bem vindos e aumentam a motivação para continuar as atividades. -Incentive-o a praticar esportes individuais ou coletivos para que entre em contato com novas regras, gaste bastante energia e possa se integrar com outras pessoas. 
É IMPORTANTE LEMBRAR que pessoas com TDA/H são normalmente pessoas muito criativas e inteligentes. Quando cuidados por pessoas capacitadas, certamente se tornarão indivíduos mais realizados e felizes.

(FONTE: Distraído e a 1000 por hora, de Simone Sena e Orestes Neto) 
FONTE:http://maisqueumsegundofeliz.blogspot.com/2009/07/sugestoes-paraensinar-todos-os-alunos.html



Hiperatividade - TDA/TDAH


Criança Hiperativa, Portadora do TDA/H - Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade - ou mal-educada?

"Muitas crianças e adolescentes mal-educados estão tomando Ritalina, medicamento que se destina ao tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDA/H), uma disfunção psiconeurológica que provocadificuldade de concentração ou déficit de atenção ou ainda hiperatividade. Descrito há apenas poucos anos, por muito tempo foi um distúrbio menosprezado e mal conduzido.

Agora, no entanto, está havendo exageros e confusão a esse respeito. A Ritalina não atua sobre mal-educados. Ainda assim, diagnósticos apressados e equivocados têm feito pessoas mal-educadas ficarem à vontade para ser mal-educadas sob o pretexto de que estão dominados pelo TDA/H. O fato de ser consideradas doentes facilita a aceitação de seu comportamento impróprio.Claro, é mais fácil mesmo agir sem a necessária adequação de ser humano e cair na escala animal liberando tudo o que se tem vontade de fazer... Concentrar-se dá trabalho. Exige esforço mental. Como a criança não suporta isso, começa a se agitar, a prestar atenção em outra coisa.Portanto, antes de os pais lidarem com o filho apenas como um mal-educado ou um portador de TDA/H, é importante que consultem um especialista e recebam a orientação correta, base fundamental da boa educação.Tanto o portador de TDA/H, como o mal-educado são irritáveis por falta de capacidade de esperar. A espera é um exercício. São impulsivos por falta de capacidade de se controlar. Estão sempre tentando fazer coisas. São também agressivos. Em vez de reagir adequadamente, é mais fácil liberar agressão, um dos primeiros mecanismos de defesa do ser humano. Ambos são instáveis. Ora estão bem, ora estão mal.

Observe alguns dos principais sintomas presentes no portador de TDA/H (mas que também podem ser simplesmente falta de educação):

* Distrair-se com pensamentos internos e cometer muitos erros por pura distração (ortografia, acentos, pontuação etc).

* Não ouvir a pergunta até o fim e já ir respondendo.

* Não ler a pergunta até o fim; esquecimentos em geral: de material escolar, recados, estudos feitos na véspera etc.

* Não esperar a vez de ser chamado.

* Interromper a fala dos outros.

* Agir antes de pensar e desanimar com facilidade.

* Tirar freqüentes notas baixas apesar da inteligência.

* Permanecer por muito tempo ligado no que interessa e desligar-se do que não o interessa;

* Acordar eufórico querendo resolver tudo naquele dia, mas acabar sendo vencido pela preguiça.

Quanto maior o número de sintomas e o tempo de permanência deles, tanto mais se configura a presença do TDA/H. Há, porém, algumas diferenças notáveis entre o portador de TDA/H e um mero mal-educado: o portador de TDA/H continua agitado diante de situações novas, isto é, não consegue controlar seus sintomas. Já o mal-educado primeiro avalia bem o terreno e manipula situações buscando obter vantagens sobre os outros".

Fonte: Texto extraído do livro QUEM AMA, EDUCA - Içami Tiba - Ed. Gente, São Paulo, 2002 (adaptação do termo DDA para TDA/H).


Estudos de Ontem e de Hoje

O estudo do TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (denominação dada na 4ª edição no manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais – DSM-IV) da Associação Psiquiátrica Americana-APA não é recente. Estudos científicos sobre o assunto vêm sendo realizados desde o começo do século XX.

Um dos primeiros autores a escrever sobre o assunto foi Dupré, no período da Primeira Guerra Mundial, que acreditava tratar-se de uma lesão cerebral mínima. Mais tarde, em 1962, num simpósio de Oxford, foi oficializado a expressão Disfunção Cerebral Mínima. Em 1966, um grupo de estudos concluiu que esta disfunção pode originar-se de variações genéticas, irregularidades bioquímicas, sofrimento perinatal, moléstias ou traumas sofridos durante os anos críticos para a maturação do sistema nervoso central.
Esta expressão foi utilizada no meio científico até 1980, quando a Associação Psiquiátrica Americana propôs uma nova denominação: Síndrome do Déficit de Atenção. Esta denominação passou a englobar tanto a hiperatividade como as demais funções que originam da falta de maturação do sistema nervoso central tais como: incoordenação motora, falta de equilíbrio, distúrbios de fala, alteração de sensibilidade, distúrbios de comportamento e dificuldades escolares.
George Frederic Still, em 1902, fez alguns estudos com grupos de crianças que apresentavam características agitadas, desafiadoras, agressivas, passionais, com a finalidade de obter delas um comportamento mais aceitável. Descobriu que, por não existirem maus tratos pelos pais, os problemas deveriam ser de origem biológica, pois alguns membros da família possuíam problemas psiquiátricos como depressão, problemas de conduta, alcoolismo, dentre outros (HALLOWELL, 1994, p. 271).

CAUSAS
 Hoje é sabido que a ocorrência de ADD (do inglês: Attention Déficit Disorder) está muitas vezes relacionada a problemas durante a gravidez e parto.
“As chances de uma criança sofrer de hiperatividade e Déficit de Atenção aumenta se a mãe fumar na gravidez. Médicos da Universidade de Harvard notaram que 22% dos pacientes estudados eram filhos de fumantes” (VEJA, 1996, p. 18)
Complicações perinatais, ingestão de álcool e utilização de drogas durante a gravidez, infecção do Sistema Nervoso Central na primeira infância, efeitos colaterais de certas medicações, predispõem a Déficits de Atenção. Causas ambientais, tais como, desvantagem social, famílias numerosas e superlotação também já foram apontadas.
Muitos autores ligam o TDAH ao consumo de alguns alimentos durante a gestação e também o contato de gestantes com alguns produtos químicos como ceras, desinfetantes, detergentes, removedores que poderiam causar danos ao feto, porém nada foi comprovado. Hipóteses místicas também já foram apontadas não possuindo, porém, nenhum fundamento científico.
Sua origem é genética e seus portadores apresentam uma taxa menor de dopamina, um neurotransmissor responsável pelo controle motor e atenção, tendo como conseqüência a falta de concentração, característica primordial do hiperativo, e o esquecimento daquilo que lhe é pedido.
A incidência é maior em meninos, chegando a 80% dos casos, do que em meninas, e por esse motivo pode estar relacionado ao hormônio masculino, a testosterona. Em alguns casos, meninas com TDAH apresentam gestos masculinos e fala grossa como conseqüência de um aumento nessa taxa de hormônio.
Chega a atingir de 3 a 5% da população escolar infantil, provocando baixo rendimento escolar, baixa auto-estima e dificultando os relacionamentos entre os colegas (SMITH e STRICK, 2001).
Pestinhas, diabinhos, distraídos, desobedientes, agitados. Estes são alguns dos adjetivos usados para definir o indivíduo que sofre de ADD, um problema que atinge, em todo o mundo, cerca de 5% das crianças e adolescentes. Um dos distúrbios de atenção, muitas vezes confundido com indisciplina, é o chamado hiperatividade.

HIPERATIVIDADE
Para caracterizar um hiperativo é importante se levar em conta o tempo que a criança começou a apresentar os sintomas. Segundo o DSM IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) os sintomas deverão ser ininterruptos e com duração mínima de seis meses sem limitar-se a apenas uma situação.
A criança não precisa, necessariamente, apresentar todas as características descritas, mas parte delas. Porém é importante que seja observado com muito cuidado porque existem crianças que apresentam algumas destas características, mas não são hiperativas, são crianças agitadas devido a alguma situação pela qual esteja passando ou mesmo como se chama “mal educadas”.

CARACTERÍSTICAS:
Uma criança ou um adulto hiperativo pode estar em qualquer lugar; batendo os pés, sentando e levantando a todo o momento, cantando sem parar, assobiando em horas impróprias, distraindo-se com facilidade, impacientes em filas, não se mantêm sentado durante as refeições, não se concentra em um canal de televisão mudando sempre, faz movimentos desnecessários com o corpo, possui gestos bruscos, tem sono agitado, perde-se no tempo.
Quando bebês, normalmente possuem sono intranqüilo, mexendo-se muito, ao começar a andar tropeçam e se esbarram mais do que o normal. Podem apresentar um retardo na fala e troca de letras por um período maior.
Na realidade não podemos dizer que esta criança não presta atenção a alguma coisa, mas sim a várias coisas ao mesmo tempo e por isso distrai-se facilmente.
O hiperativo apresenta certa incoordenação motora. Possui dificuldade para andar de bicicletas, patins, pular cordas, subir em árvores, abotoar roupas, amarrar sapatos, fazer recortes com tesoura, arremessar bola etc.
Conforme Golfeto, a criança hiperativa apresenta dificuldade em distinguir direita de esquerda, alterações de memória visual e auditiva, em orientar-se no espaço, fazer discriminações auditivas, em elaborar sínteses auditivas, além de possuir má estruturação do esquema corporal (1992, p. 12).
Em geral, é desorganizada, distraída, esquecida, bagunceira, não gosta de limites, possui dificuldades em completar tarefas, e nos relacionamentos com colegas. Estas características ficam mais evidentes e perceptivas no período escolar cujo nível de concentração deve aumentar para que ocorra a aprendizagem.
Na escola é a criança problema, respondendo aos professores com agressão, não respeitando limites, xingando e batendo nos colegas, não se concentrando e atrapalhando as aulas, o que prejudica seu rendimento escolar.
Geralmente é apontada como desorganizada pelos professores. Quando começa uma atividade quase sempre não a faz ou deixa pela metade, interessando-se por outra e depois por outra e assim nunca conclui o que começou, prejudicando sua aprendizagem. Por não conseguir terminar suas tarefas, não parar quieto na sala, mexer com todo mundo atrapalhando a aula, é bombardeada por palavras desagradáveis seja por partes dos professores ou colegas. Esta atitude tende a baixar sua auto-estima.
Em casa deixa os pais desorientados. Bagunça o quarto, sobe em armários, não senta à mesa para refeições, não obedece. Os pais devem estar atentos para quando perceber um comportamento excessivamente agitado e unindo às queixas escolares, procurar um especialista. É importante que as queixas não sejam somente em casa, mas que se apresentem em outros lugares também, assim descarta-se a hipótese de querer aborrecer os pais por algum motivo que lhe esteja incomodando como o nascimento de um irmão, os pais trabalharem fora muito tempo e não lhes dar atenção etc.

 BAIXA AUTOESTIMA E COMPORTAMENTO DE RISCO
 O hiperativo normalmente é rejeitado pela sociedade. Seu comportamento inadequado prejudica a concentração dos colegas que passa a excluí-lo. Esta exclusão pode levar o indivíduo a desenvolver problemas psicológicos podendo tornar-se introvertido ou agressivo, exibicionista e com baixa auto-estima acentuadas.
Estas pessoas têm tendência a comportamentos de alto risco tais como vícios, jogatina, temperamento explosivo e acidentes. Como já foi citado, anteriormente, elas não possuem exata noção de limites e unindo à sua baixa auto-estima tentam fugir de seus problemas através destes vícios.
Crianças hiperativas adoram correr riscos, pois não possuem a exata noção de perigo e limites. Podem se machucar com muita facilidade, sendo desajeitadas, esbarrando-se em copos, mesas, pessoas, levando os pais a prejuízos por danos causados a terceiros ou a elas mesmas, como atravessar uma rua sem olhar para os lados devido a sua impulsividade e falta de atenção. 

  O ADULTO COM TDAH

 O adulto hiperativo apresenta problemas no trabalho e no relacionamento, bem como problemas emocionais.
Eis algumas características observadas:
-         É desorganizado;
-         Perde coisas;
-         Chega quase sempre atrasado;
-         Diz o que vêm à mente sem preocupação se o lugar é apropriado;
-         Explode com facilidade;
-         Sente-se inseguro;
-         É inquieto estando sempre mexendo pernas, dedos, joelhos;
-         É impaciente, em filas de banco está sempre reclamando ou acaba desistindo;
-     Não fica sentado muito tempo saindo de onde estiver com freqüência;
-         Baixa autoestima;
-      Tem muitos projetos ao mesmo tempo e acaba não terminando nenhum;
-         Atrapalha-se com horários por causa da desorganização;
-         Sente-se inferior aos outros;
-         Possui dificuldade de concentração;
-         Esquece-se o que estava falando;
-         Sente-se inferior aos outros;
-     Tem sempre a sensação que não vai conseguir alcançar seus objetivos.
Em decorrência destes fatores, o adulto hiperativo possui dificuldades em se manter no emprego, ou o abandona por tédio.
A família poderá ajudá-lo não fazendo críticas, libertando-o da culpa que provavelmente sentirá ao não conseguir manter-se no emprego, concluir tarefas ou alcançar seus objetivos.
Incentivá-lo a buscar ajuda com um especialista.
De acordo com a Associação Brasielira do Déficit de Atenção alguns adultos tiveram TDAH na infância e ainda tem alguns sintomas na vida adulta, porém em menor quantidade e sem existir muitos problemas causados pelos sintomas e quando ocorrem eles aparecem apenas em uma única situação, como o trabalho, por exemplo, mas não em nenhuma outra. 

DIAGNÓSTICO 

Um diagnóstico e tratamento corretos poderão ajudar a criança a diminuir as repetências, elevar sua concentração por um período maior de tempo, evitar depressão, superar problemas de relacionamento, ajudá-lo na orientação vocacional, evitar envolvimento com drogas.
Até pouco tempo acreditava-se que os sintomas de TDAH desapareciam na adolescência e na vida adulta. Muitos ainda acreditam que só ocorre no período da infância. Entretanto, recentes pesquisas mostraram que 50% a 75% dos casos continuam na idade adulta. Há casos que a hiperatividade tende a diminuir ou desaparecer devido a um amadurecimento do cérebro que acaba equilibrando a produção de dopamina.
Muitos pais demoram muito de procurar ajuda ou não aceitam um diagnóstico de hiperativo, por achar que é coisa da idade, que toda criança é agitada mesmo, que isso irá passar. Porém quando o problema demora a ser diagnosticado, o hiperativo, a partir da sua puberdade, pode procurar as drogas, o álcool, praticar agressões sexuais, a fim de tentar superar suas dificuldades em adaptar-se à vida social, e em alguns casos podem cometer até o suicídio.
O diagnóstico de um especialista é importante porque nem sempre aquela criança agitada é hiperativa.
A hiperatividade poderá ser confundida com outras patologias ou mesmo vir junto com estas, tais como: autismo, deficiência auditiva, dislexia, deficiência mental, que pode tornar o diagnóstico difícil, tendo, portanto que ser realizado por um profissional especializado.
Muitos pais ou adultos hiperativos buscam várias especialidades para fazer um diagnóstico, e muitas vezes não conseguem chegar a um consenso.
Para fazer o diagnóstico, é indicado um psiquiatra, que deverá fazer uma anamnese com pais e pessoas de seu convívio como professores, empregadas e terapeutas se estiver sendo acompanhado por alguém.
De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção Eletroencefalograma, o Mapeamento Cerebral, a Tomografia Computadorizada, a Ressonância Magnética e o Potencial Evocado não podem fornecer este diagnóstico!
Apresentamos abaixo um guia extraído do site da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (http://www.tdah.org.br/diag01.php), extraído do Manual de Diagnóstico e Estatística - IV Edição (DSM-IV) da Associação Psiquiátrica Americana. É utilizado por profissionais especializados em TDAH para o diagnóstico clínico.
Lembre-se: você poderá até utilizá-lo com alguém que conhece para uma suspeita de um quadro de hiperatividade, porém não substitui de forma alguma o diagnóstico de um profissional.

Nem um pouco
Só um pouco
Bastante
Demais
1. Não consegue prestar muita atenção a detalhes ou comete erros por descuido nos trabalhos da escola ou tarefas.




2. Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades de lazer




3. Parece não estar ouvindo quando se fala diretamente com ele




4. Não segue instruções até o fim e não termina deveres de escola, tarefas ou obrigações.




5. Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades




6. Evita, não gosta ou se envolve contra a vontade em tarefas que exigem esforço mental prolongado.




7. Perde coisas necessárias para atividades (p. ex: brinquedos, deveres da escola, lápis ou livros).




8. Distrai-se com estímulos externos




9. É esquecido em atividades do dia-a-dia




10. Mexe com as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira




11. Sai do lugar na sala de aula ou em outras situações em que se espera que fique sentado




12. Corre de um lado para outro ou sobe demais nas coisas em situações em que isto é inapropriado




13. Tem dificuldade em brincar ou envolver-se em atividades de lazer de forma calma




14. Não pára ou freqüentemente está a “mil por hora”.




15. Fala em excesso.




16. Responde as perguntas de forma precipitada antes delas terem sido terminadas




17. Tem dificuldade de esperar sua vez




18. Interrompe os outros ou se intromete (p.ex. mete-se nas conversas / jogos).









Como avaliar:

1) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 1 a 9 = existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa criança ou adolescente.

2) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 10 a 18 = existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o esperado numa criança ou adolescente.
O questionário SNAP-IV é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são necessários. 

IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas com o critério A! Veja abaixo os demais critérios.
CRITÉRIO A: Sintomas (vistos acima)

CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade.

CRITÉRIO C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 2 contextos diferentes (por ex., na escola, no trabalho, na vida social e em casa).

CRITÉRIO D: Há problemas evidentes na vida escolar, social ou familiar por conta dos sintomas.

CRITÉRIO E: Se existe um outro problema (tal como depressão, deficiência mental, psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a ele.

Como suspeitar do diagnóstico:
1) É necessário haver pelo menos 6 sintomas assinalados na coluna laranja ou vermelha, no CRITÉRIO A.
·  Pelo menos 6 sintomas VERDES e menos que 6 sintomas ROSA: TDAH Tipo Predominantemente Desatento
· Pelo menos 6 sintomas ROSA e menos que 6 sintomas VERDES: TDAH Tipo Predominantemente Hiperativo-Impulsivo
· Pelo menos 6 ou mais sintomas VERDES e 6 ou mais sintomas ROSA: TDAH Tipo Combinado.
2) Os CRITÉRIOS B, C, D devem obrigatoriamente ter resposta SIM.
3) O CRITÉRIO E necessita da avaliação de um especialista, uma vez que os sintomas do Critério A ocorrem em muitos outros transtornos da infância e adolescência.
Se os critérios A, B, C, D e E estiverem atendidos de acordo com o julgamento de um especialista, o diagnóstico de TDAH é garantido. 

TRATAMENTO 

Segundo a ABDA, a psicoterapia indicada para o tratamento do TDAH chama-se Terapia Cognitivo Comportamental.  Informa ainda que o tratamento com fonoaudiólogos é recomendado onde existe simultaneamente Transtorno de Leitura (Dislexia) ou Transtorno da Expressão Escrita (Disortografia).
O TDAH não é um problema de dificuldade de aprendizagem, porém o comportamento da criança atrapalha muito seu rendimento. O psicopedagogo poderá ajudá-lo a obter maior concentração através de jogos e outras técnicas.
Para um tratamento adequado é importante um trabalho multidisciplinar envolvendo pais, professores e terapeutas. Deverá ser traçadas estratégias de como lidar com esta criança em casa, na escola e na clínica para que não haja distorções na maneira de lidar com ela. Criar regras, modificar o ambiente tornando-o mais adequado e menos perigoso, flexibilização no currículo escolar, adequar o tempo dividindo as atividades em partes, por exemplo, são algumas das modificações a serem providenciadas.
Em casos mais graves a psicoterapia sozinha não resolve, sendo indicado o uso de medicamento, porém é totalmente reprovado o uso da automedicação. O medicamento deverá ser indicado pelo médico, mais provavelmente o psiquiatra. Muitos possuem efeitos colaterais, por isso é importante o acompanhamento médico para que ele mude se necessário verificando o mais adequado e o que melhor o paciente se adapta. 

TERAPIAS ALTERNATIVAS 

Outras terapias alternativas como massagem, Yoga, meditação, Tai-chi-chuan, Liangong, Florais de Bach podem ser utilizadas com crianças maiores. Segundo relatos de professores, crianças submetidas a algumas destas terapias têm-se mostrado, em sala de aula, mais calmas e mais envolvidas nas tarefas.
Uma terapia psicomotricista também é importante para auxiliá-lo no desenvolvimento da coordenação viso-motora, obter maior noção espaço-temporal, a ter maior equilíbrio.
Devemos observar, porém, que estas terapias alternativas não poderão substituir a psicoterapia e o uso de medicamentos se for o caso.

COMO A ESCOLA PODERÁ AJUDAR 

E o que a escola pode fazer ao se deparar com alunos hiperativos já diagnosticados? Em primeiro lugar, traçar estratégias para que este aluno não se sinta entediado e não atrapalhe tanto as aulas.
Algumas dicas como estas poderão ajudá-lo:
 - Substituir aulas monótonas ou cansativas por aulas mais estimulantes que prendam sua atenção (o professor deverá ter muito preparo e ser bastante flexível com seu planejamento, mas ter cuidado para que o hiperativo não se empolgue demais);
-Estes alunos adoram novidades, lance mão destes recursos não habituais para prender sua atenção. Peça ajuda ao professor de artes para trabalhar de forma interdisciplinar. Estas crianças são muito criativas e se identificam muito com tarefas como criar, construir, explorar. Os adultos hiperativos poderão ter mais sucesso em carreiras ligadas a designers, publicidade, artes plásticas.
-Organize as carteiras em círculo, em forma de U, ao invés de fileiras a fim de visualizar melhor toda a classe e seu movimento;
-Coloque esta criança próxima a outras mais concentradas e calmas, assim ele não encontrará seguidores para sua agitação;
-Traga esta criança para perto de você, assim poderá ver se ela está conseguindo acompanhar seu ritmo, ou se você precisa desacelerar um pouco. Isto o ajudará também a dispersar-se menos.
-Coloque sempre no quadro as atividades do dia para que este aluno perceba que há regras pré-definidas e previamente organizadas e que todos devem cumpri-las sem exceção de ninguém.
-As tarefas não poderão ser longas. Deverão ter conclusão rápida para que ele consiga concluir a tarefa e não pare pela metade, o que é muito comum. As tarefas maiores deverão ser divididas em partes para que ele perceba que elas podem ser terminadas.
-Evite cores muito fortes na sala e na farda como amarelo e vermelho. Cores fortes tendem a deixá-los ainda mais agitados, excitados e menos atentos. Procure colocar tons mais neutros e suaves. Compare com o quarto de um bebê; agora pense: porque ninguém usa cores fortes nele? Estímulo demais não é bom para ninguém.
-Permita que o aluno saia algumas vezes da sala para levar bilhetes, pegar giz em outra sala, ir ao banheiro. Estes alunos não gostam de ficar parados por muito tempo e desta forma estará evitando que ele fuja da sala por conta própria.
-Peça que o aluno faça três riscos no quadro. Isto será o número de vezes que ele poderá sair. Cada vez que ele sair deverá apagar um risco no quadro. Isto funciona como um limite e tende a dar certo porque a criança se controla mais antes de pensar em sair da sala.
-Elogie seu bom comportamento, incentive os colegas a elogiar suas produções, desta forma a turma estará ajudando este aluno a elevar sua auto-estima.
-Uma agenda de comunicação entre pais e escola é muito importante. Isto evita que as conversas se dêem apenas em reuniões.
-As aulas de educação física são um ótimo auxílio para estas crianças que parecem ter energia triplicada. A ginástica ajuda a liberar mais esta energia que parece ser inesgotável, ajuda na concentração através de exercícios específicos, ajuda a estimular hormônios e neurônios, a distinguir direita de esquerda já que possuem problemas de lateralidade que prejudicam muito sua aprendizagem.
Talvez o maior problema que haja em relação ao TDAH está no fato de que ainda haja pouco conhecimento sobre este assunto no âmbito escolar e entre os pais. Muitos indivíduos que sofrem deste problema podem passar a vida toda sendo acusados injustamente de mal-educados, preguiçosos, desastrados, desequilibrados, justamente porque não foi diagnosticado e tratado a tempo.
Portanto, se depois que leu este artigo reconheceu alguém próximo, informe aos pais e oriente-os a procurar ajuda. Peça que deixe de lado os preconceitos e pense somente no bem estar de seus filhos.


BIBLIOGRAFIA 
ABDA – Associação Brasileira do Déficit de Atenção – Como diagnosticar crianças e adolescentes - http://www.tdah.org.br/diag01.php 
ARAÚJO, Mônica; SILVA, Sheila Aparecida Pereira dos Santos - Comportamentos indicativos do transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade em crianças: alerta para pais e professores
 -http://www.efdeportes.com/efd62/atencao.htm
GOLFETO, J. H.. A criança com déficit de atenção aspectos clínicos, terapêuticos e evolutivos.Campinas, 1993. Documentação não publicada elaborado na Unicamp (Universidade de Campinas).
GONÇALVES, Priscilla Siomara – O trabalho em ambiente escolar com alunos portadores do distúrbio de déficit de atenção com hiperatividade-http://geocities.com/hotsprings/oasis/2826/ddah1.html
Indisciplinado ou hiperativo. In: NOVA escola. São Paulo. Fundação Victor Civita. 2000; n.º 132; pp 30-32.


Meu relato de caso!

Eu particularmente, já trabalhei com aluno em sala de aula com o diagnóstico médico de TDAH e venho repassar a experiência e resultados que obtive, ressaltando que precisei dar um enfoque psicopedagógico ao caso, com base nas ferramentas e possibilidades de intervenção que precisei e adaptei ao caso.


Ações e estratégias que foram fundamentais:
*o aluno era medicado corretamente pela mãe, a qual seguia as recomendações médicas, o que possibilitou uma maior  concentração e organização de suas ideias e registros.
*eu recebia cópia de relatório de acompanhamento do médico para estar ciente de seu desenvolvimento, avanços e ajustes pedagógicos necessários em meu planejamento.
*o aluno também tinha acompanhamento psicológico já que estava no período de pré-adolescência. Hormônios aflorando a mil! Conversava periodicamente com a especialista;
*o aluno participava de aulas de reforço escolar no contraturno, duas vezes na semana, principalmente para trabalhar sequências de ideias e registro lógico e produtivo;
*eu contava com a parceria do serviço de orientação educacional da escola que intermediava os contatos entre eu, família e especialistas que o atendiam;
*delegava ao aluno atribuições em grupo, principalmente como líder, já que gostava muito de oralizar tinha um repertório muito rico em conhecimentos gerais;
*apresentava trabalhos de modo individual, em dupla, em grupo , já que tinha iniciativa e gostava muito de expor suas ideias.Minha participação foi de acompanhar e pontuar suas apresentações quando apresentava momentos de desatenção;
*foi designado muitas vezes e combinado com a classe que seria o ilustrador de textos coletivos, cartazes e outros, já que tinha muita habilidade para o desenho, que é o caso da maioria dos alunos que tem diagnóstico de TDAH;
*o cuidado maior foi de desmistificar o rótulo de rebelde, agitado e mau comportado que o aluno vinha acumulando em sua trajetória acadêmica. O ponto chave foi o diálogo  com toda a classe, sem o aluno, para elucidar o que era TDAH e estabelecer estratégias, registrar e aplicar no dia-a-dia em sala de aula e fora da mesma. Este processo exigiu aprendizado também da classe, que em muitos momentos precisou de intervenção para autoavaliar-se e mudar algumas posturas e ações;
*extendi na sequencia  o memso diálogo com os demais professores,direção, supervisão, orientação, bibliotecária, secretárias, agentes operacionais de limpeza e de merenda;
*consegui o entendimento que seria fundamental todos falarmos a mesma linguagem e termos um olhar de compromisso com esse aluno, tanto nas falas quanto na cobrança de resultados e comportamento. 

Conclusão e registro dos resultados alcançados pelo aluno:
-melhora de autoestima e vínculo com a aprendizagem e com os colegas da classe;
-melhora nos cálculos matemáticos com rotina de atividades e tempo combinadas com o aluno;
-melhora na organização e registro de ideias e atividades em livros, cadernos, avaliações,etc.
-aprovação para o ano/série seguinte.

Observação:
Confesso que resistências houveram, mas que no final consegui a sensibilização da maioria dos envolvidos, prevalecendo na prática um trabalho que resultou em  afetividade, aprendizado e parceria.

Rosangela L. S. Vali – Especialista em Psicopedagogia
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Mais Sugestões práticas
 para Intervenções do Professor

Há uma grande variedade de intervenções específicas que o professor pode fazer para ajudar a criança com TDAH a se ajustar melhor à sala de aula:

1-Proporcionar estrutura, organização e constância (exemplo: sempre a mesma arrumação das cadeiras ou carteiras, programas diários, regras claramente definidas).

2-Colocar a criança perto de colegas que não o provoquem, perto da mesa do professor, na parte de fora do grupo. 

3-Encorajar frequentemente, elogiar e ser afetuoso, porque essas crianças desanimam facilmente. Dar responsabilidades que elas possam cumprir faz com que se sintam necessárias e valorizadas. Começar com tarefas simples e gradualmente mudar para mais complexas. 



4-Proporcionar um ambiente acolhedor, demonstrando calor e contato físico de madeira equilibrada e, se possível, fazer os colegas também terem a mesma atitude.

5-Nunca provocar constrangimento ou menosprezar o aluno. 

6-Proporcionar trabalho de aprendizagem em grupos pequenos e favorecer oportunidades sociais.Grande parte das crianças com TDAH consegue melhores resultados acadêmicos, comportamentais e sociais quando no meio de grupos pequenos. 


7-Comunicar-se com os pais. Geralmente, eles sabem o que funciona melhor para o seu filho. 

8-Ir devagar com o trabalho. Doze tarefas de 5 minutos cada uma traz melhores resultados do que duas tarefas de meia hora. Mudar o ritmo ou o tipo de tarefa com freqüência elimina a necessidade de ficar enfrentando a inabilidade de sustentar a atenção, e isso vai ajudar a autopercepção. 

9-Favorecer oportunidades para movimentos monitorados, como uma ida à secretaria, levantar para apontar o lápis, levar um bilhete para o professor, regar as plantas ou dar de comer ao mascote da classe. 


10-Adaptar suas expectativas quanto à criança, levando em consideração as deficiências e inabilidades decorrentes do TDAH. Por exemplo, se o aluno tem um tempo de atenção muito curto, não esperar que ele se concentre em apenas uma tarefa durante todo o período da aula. 

11-Recompensar os esforços, a persistência e o comportamento bem sucedido ou bem planejado. 


12-Proporcionar exercícios de consciência e treinamento dos hábitos sociais da comunidade. Avaliação freqüente sobre o impacto do comportamento da criança sobre ela mesma e sobre os outros ajuda bastante. 


13-Favorecer freqüente contato aluno/professor. Isto permite um “controle” extra sobre a criança com TDAH, ajuda-a a começar e continuar a tarefa, permite um auxílio adicional e mais significativo, além de possibilitar oportunidades de reforço positivo e incentivo para um comportamento mais adequado. 

14-Colocar limites claros e objetivos; ter uma atitude disciplinar equilibrada e proporcionar avaliação freqüente, com sugestões concretas e que ajudem a desenvolver um comportamento adequado. 


15-Assegurar que as instruções sejam claras, simples e dadas uma de cada vez, com um mínimo de distrações. 

16-Evitar segregar a criança que talvez precise de um canto isolado com biombo para diminuir o apelo das distrações; fazer do canto um lugar de recompensa para atividades bem feitas em vez de um lugar de castigo. 

17-Desenvolver um repertório de atividades físicas para a turma toda, como exercícios de alongamento ou isométricos. 

18-Estabelecer intervalos previsíveis de períodos sem trabalho que a criança pode ganhar como recompensa por esforço feito. Isso ajuda a aumentar o tempo da atenção concentrada e o controle da impulsividade através de um processo gradual de treinamento. 

19-Reparar se a criança se isola durante situações recreativas barulhentas. Isso pode ser um sinal de dificuldades de coordenação ou auditivas que exigem uma intervenção adicional. 

20-Preparar com antecedência a criança para as novas situações. Ela é muito sensível em relação às suas deficiências e facilmente se assusta ou se desencoraja. 

21-Desenvolver métodos variados utilizando apelos sensoriais diferentes (som, visão, tato) para ser bem sucedido ao ensinar uma criança com TDAH. No entanto, quando as novas experiências envolvem uma miríade de sensações (sons múltiplos, movimentos, emoções ou cores), esse aluno provavelmente irá precisar de tempo extra para completar sua tarefa. 

22-Não ser mártir! Reconhecer os limites da sua tolerância e modificar o programa da criança com TDAH até o ponto de se sentir confortável. O fato de fazer mais do que realmente quer fazer traz ressentimento e frustração. 

23-Permanecer em comunicação constante com o psicólogo ou orientador da escola. Ele é a melhor ligação entre a escola, os pais e o médico.


Prognóstico:

Crianças com TDAH estão sujeitas ao fracasso escolar, a dificuldades emocionais e a um desempenho significativamente negativo como adulto, quando comparadas a seus colegas. No entanto, a identificação precoce do problema, seguida de tratamento adequado, tem demonstrado que essas crianças podem vencer os obstáculos.

O tópico TDAH provavelmente continuará sendo o mais amplamente pesquisado e debatido nas áreas da saúde mental e desenvolvimento da criança. Coisas novas acontecem a cada dia. O Instituto Nacional de Saúde Mental acaba de completar um estudo multidisciplinar de 5 anos sobre tratamento de TDAH que proporciona uma série de respostas mais abrangentes sobre o diagnóstico, tratamento e desenvolvimento de pessoas portadoras de TDAH. Os estudos sobre genética molecular possivelmente cheguem a identificar o gene relacionado com esse distúrbio.

Com a crescente conscientização e compreensão da comunidade em relação ao impacto significativo que os sintomas do TDAH têm sobre as pessoas e suas famílias, o futuro parece mais promissor.


Rosangela L. S. Vali – Especialista em Psicopedagogia


TDAH - Meu relato de CASO



Eu particularmente, já trabalhei com aluno em sala de aula com o diagnóstico médico de TDAH e venho repassar a experiência e resultados que obtive, ressaltando que precisei dar um enfoque psicopedagógico ao caso, com base nas ferramentas e possibilidades de intervenção que precisei e adaptei ao caso.

Ações e estratégias que foram fundamentais:
*o aluno era medicado corretamente pela mãe, a qual seguia as recomendações médicas, o que possibilitou uma maior  concentração e organização de suas ideias e registros.
*eu recebia cópia de relatório de acompanhamento do médico para estar ciente de seu desenvolvimento, avanços e ajustes pedagógicos necessários em meu planejamento.
*o aluno também tinha acompanhamento psicológico já que estava no período de pré-adolescência. Hormônios aflorando a mil! Conversava periodicamente com a especialista;
*o aluno participava de aulas de reforço escolar no contraturno, duas vezes na semana, principalmente para trabalhar sequências de ideias e registro lógico e produtivo;
*eu contava com a parceria do serviço de orientação educacional da escola que intermediava os contatos entre eu, família e especialistas que o atendiam;
*delegava ao aluno atribuições em grupo, principalmente como líder, já que gostava muito de oralizar e tinha um repertório muito rico em conhecimentos gerais;
*apresentava trabalhos de modo individual, em dupla, em grupo , já que tinha iniciativa e gostava muito de expor suas ideias.Minha participação foi de acompanhar e pontuar suas apresentações quando apresentava momentos de desatenção;
*foi designado muitas vezes e combinado com a classe que seria o ilustrador de textos coletivos, cartazes e outros, já que tinha muita habilidade para o desenho, que é o caso da maioria dos alunos que tem diagnóstico de TDAH;
*o cuidado maior foi de desmistificar o rótulo de rebelde, agitado e mau comportado que o aluno vinha acumulando em sua trajetória acadêmica. O ponto chave foi o diálogo  com toda a classe, sem o aluno, para elucidar o que era TDAH e estabelecer estratégias, registrar e aplicar no dia-a-dia em sala de aula e fora da mesma. Este processo exigiu aprendizado também da classe, que em muitos momentos precisou de intervenção para autoavaliar-se e mudar algumas posturas e ações;
*extendi na sequencia  o mesmo diálogo com os demais professores,direção,supervisão, orientação, bibliotecária, secretárias, agentes operacionais de limpeza e de merenda;
*consegui o entendimento que seria fundamental todos falarmos a mesma linguagem e termos um olhar de compromisso com esse aluno, tanto nas falas quanto na cobrança de resultados e comportamento. 

Conclusão e registro dos resultados alcançados pelo aluno:
-melhora de autoestima e vínculo com a aprendizagem e com os colegas da classe;
-melhora nos cálculos matemáticos com rotina de atividades e tempo combinadas com o aluno;
-melhora na organização e registro de ideias e atividades em livros, cadernos, avaliações,etc.
-aprovação para o ano/série seguinte.

Observação:
Confesso que resistências houveram, mas que no final consegui a sensibilização da maioria dos envolvidos, prevalecendo na prática um trabalho que resultou em  afetividade, aprendizado e parceria.

Rosangela L. S. Vali – Especialista em Psicopedagogia

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