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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

TDAH - Meu relato de CASO


Eu particularmente, já trabalhei com aluno em sala de aula com o diagnóstico médico de TDAH e venho repassar a experiência e resultados que obtive, ressaltando que precisei dar um enfoque psicopedagógico ao caso, com base nas ferramentas e possibilidades de intervenção que precisei e adaptei ao caso.

Ações e estratégias que foram fundamentais:
*o aluno era medicado corretamente pela mãe, a qual seguia as recomendações médicas, o que possibilitou uma maior  concentração e organização de suas ideias e registros.
*eu recebia cópia de relatório de acompanhamento do médico para estar ciente de seu desenvolvimento, avanços e ajustes pedagógicos necessários em meu planejamento.
*o aluno também tinha acompanhamento psicológico já que estava no período de pré-adolescência. Hormônios aflorando a mil! Conversava periodicamente com a especialista;
*o aluno participava de aulas de reforço escolar no contraturno, duas vezes na semana, principalmente para trabalhar sequências de ideias e registro lógico e produtivo;
*eu contava com a parceria do serviço de orientação educacional da escola que intermediava os contatos entre eu, família e especialistas que o atendiam;
*delegava ao aluno atribuições em grupo, principalmente como líder, já que gostava muito de oralizar e tinha um repertório muito rico em conhecimentos gerais;
*apresentava trabalhos de modo individual, em dupla, em grupo , já que tinha iniciativa e gostava muito de expor suas ideias.Minha participação foi de acompanhar e pontuar suas apresentações quando apresentava momentos de desatenção;
*foi designado muitas vezes e combinado com a classe que seria o ilustrador de textos coletivos, cartazes e outros, já que tinha muita habilidade para o desenho, que é o caso da maioria dos alunos que tem diagnóstico de TDAH;
*o cuidado maior foi de desmistificar o rótulo de rebelde, agitado e mau comportado que o aluno vinha acumulando em sua trajetória acadêmica. O ponto chave foi o diálogo  com toda a classe, sem o aluno, para elucidar o que era TDAH e estabelecer estratégias, registrar e aplicar no dia-a-dia em sala de aula e fora da mesma. Este processo exigiu aprendizado também da classe, que em muitos momentos precisou de intervenção para autoavaliar-se e mudar algumas posturas e ações;
*extendi na sequencia  o mesmo diálogo com os demais professores,direção,supervisão, orientação, bibliotecária, secretárias, agentes operacionais de limpeza e de merenda;
*consegui o entendimento que seria fundamental todos falarmos a mesma linguagem e termos um olhar de compromisso com esse aluno, tanto nas falas quanto na cobrança de resultados e comportamento. 

Conclusão e registro dos resultados alcançados pelo aluno:
-melhora de autoestima e vínculo com a aprendizagem e com os colegas da classe;
-melhora nos cálculos matemáticos com rotina de atividades e tempo combinadas com o aluno;
-melhora na organização e registro de ideias e atividades em livros, cadernos, avaliações,etc.
-aprovação para o ano/série seguinte.

Observação:
Confesso que resistências houveram, mas que no final consegui a sensibilização da maioria dos envolvidos, prevalecendo na prática um trabalho que resultou em  afetividade, aprendizado e parceria.

Rosangela L. S. Vali – Especialista em Psicopedagogia
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Um comentário:

  1. Oi, Rosângela, parabens pelo seu excelente trabalho. Acredito que se todos os professores dedicassem como voce á estes alunos, amenizariam seus problemas em sala de aula, sem contar que seu empenho teve com certeza ótimos resultados! Que Deus te abençoe sempre!

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