segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Plasticidade Cerebral



O cérebro se modifica em contato com o 
meio durante toda a vida

A interferência do ambiente no sistema nervoso causa mudanças anatômicas e funcionais no cérebro. Assim, a quantidade de neurônios e as conexões entre eles (sinapses) mudam dependendo das experiências pelas quais se passa. Antes, acreditava-se que as sinapses formadas na infância permaneciam imutáveis pelo resto da vida, mas há indícios de que não é assim. 

Nos anos 1980, um estudo pioneiro do neurocientista norte-americano Michael Merzenich, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, demonstrou que o cérebro de macacos adultos se modificava depois da amputação de um dos dedos da mão. A perda do membro provocava atrofia dos neurônios da região responsável pelo controle motor do dedo amputado. Porém ele observou também que essa área acabava sendo ocupada pelos neurônios responsáveis pelo movimento do dedo ao lado. 
Na década de 1990, ainda em macacos, foi provado que a secção do feixe nervoso responsável pela movimentação do membro superior provocava atrofia dos neurônios da área cerebral correspondente, conforme esperado, e que essa área, então inútil, era ocupada por neurônios oriundos dos centros cerebrais responsáveis pelo controle dos músculos da face, situados não mais a milímetros, mas a centímetros de distância.
Desde então, não houve mais questionamentos sobre a plasticidade do tecido nervoso: no cérebro adulto, nenhum espaço permanece desocupado.
Hoje sabemos que também na espécie humana, a área cerebral encarregada do controle motor de um membro perdido é ocupada por neurônios que migram dos centros controladores da musculatura facial, que os violonistas desenvolvem hipertrofia das áreas cerebrais coordenadoras dos movimentos dos dedos da mão mais solicitada e que, ao tocar com as pontas dos dedos os caracteres de um texto em Braile, o centro da visão dos cegos é ativado.
Ao lado dessa capacidade de um neurônio de projetar suas ramificações para estabelecer novas sinapses às vezes situadas a centímetros de seus domínios originais, a descrição de outro fenômeno revolucionou o conceito de plasticidade cerebral: a capacidade que o sistema nervoso central tem de formar novos neurônios (neurogênese) durante a vida adulta.
Até dez anos atrás, o dogma central da neurociência era que os neurônios perdidos jamais seriam recuperados. O argumento para justificá-lo parecia convincente: se novos neurônios surgissem e alterassem a arquitetura da circuitaria cerebral, como poderíamos conservar memórias e manter nossa identidade?
Esse dogma caiu nos últimos anos, quando experiências conduzidas em pássaros mostraram que, ao aprender uma nova canção, surgem novos neurônios nos centros cerebrais que coordenam o canto e quando foi documentado o nascimento de novos neurônios em duas áreas cerebrais do homem e de outros mamíferos: o bulbo olfatório (responsável pela organização do olfato) e o hipocampo (área de processamento das memórias).
A neurogênese é um processo lento, regulado por moléculas presentes no tecido nervoso conhecidas pelo nome de fatores de crescimento.

A neurogênese tem sido demonstrada em casos de acidente vascular cerebral: os novos neurônios formados no hipocampo migram para a região destruída pela falta de oxigênio para povoá-la. A maior parte deles morre na travessia, mas alguns conseguem estabelecer conexões com neurônios de outras áreas e restabelecer circuitos perdidos.

Em 2002, um estudo feito com antidepressivos mostrou que o efeito benéfico desses medicamentos no tratamento da depressão coincide com o aparecimento de novos neurônios no hipocampo. Curiosamente, os pacientes que recebem essas drogas costumam levar cerca de quatro semanas para notar melhora dos sintomas: exatamente o tempo necessário para os novos neurônios se integrarem funcionalmente aos circuitos cerebrais.

Muito intrigantes são os trabalhos recém-publicados que mostram que ratos transferidos de gaiolas pequenas e de paisagem monótona para outras mais amplas, cheias de brinquedos, rodas estacionárias para fazer exercício e ricas em estímulos visuais, experimentam aumento da neurogênese no hipocampo.
Saber que nossos neurônios são capazes de migrar para áreas cerebrais “vazias” e que continuam nascendo todos os dias sob a influência de fatores de crescimento, medicamentos, atividade física e desafios intelectuais é alentador para os que temem a perda do domínio das faculdades mentais no fim da vida, porque, como disse Machado de Assis, “A velhice ridícula é, porventura, a mais triste e derradeira surpresa da natureza humana”.
Portanto, a plasticidade cerebral é a capacidade de aprender através de estímulos do ambiente, de experiências e de um mediador. Quanto mais experiências, maior a capacidade de aprender, mais conexões o cérebro realizará. 
Os estímulos que envolvem nossos sentidos, como visão, audição, olfato, tato e paladar estão diretamente ligados com o sistema nervoso que proporcionará novas conexões, ou seja, habilidade de aprender. Isso significa qualquer pessoa poderá modificar suas capacidades e sempre aprender o novo.

Esses fatores estão diretamente relacionados ao professor, cabe a ele acreditar na capacidade do aluno, para que possa mediar esse processo contínuo.
Mesmo quando o aluno tem déficit de alguma especificidade, ele poderá avançar esta área, através de estimulações realizará novas conexões e alterações nas estruturas cerebral.
É essencial que o professor compreenda esta capacidade do aluno, para que ele possa mediar esse processo, pois é necessário acreditar para estimular. 


A influência do meio, para Vygotsky:
"A cognição se constitui pelas experiências sociais, e a importância do ambiente nesse enfoque é fundamental. À medida que aprende, a criança - e seu cérebro - se desenvolve. A ideia é oposta à da maturação, de acordo com a qual se deve aguardar que ela atinja uma prontidão para poder ensiná-la."

- Claudia Lopes da Silva 



A influência do meio, para Wallon: 

"A relação complementar e recíproca entre os fatores orgânicos e socioculturais está presente em todas as análises de Wallon. Para ele, a criança nasce com um equipamento biológico, mas vai se constituir no meio social, que tanto pode favorecer seu desenvolvimento como tolhê-lo." - Laurinda Ramalho de Almeida 




A influência do meio, para Piaget:
"Para o estímulo provocar certa resposta, é necessário que o indivíduo e seu organismo sejam capazes de fornecê-la. Por isso, não basta ter um meio provocativo se a pessoa não participar dele ou, como complementaria o teórico, se ela for incapaz de se sensibilizar com os estímulos oferecidos e reagir a eles. A aprendizagem, portanto, não é a mesma para todos, e também difere de acordo com os níveis de desenvolvimento de cada um, pois há domínios exigidos para que seja possível construir determinados conhecimentos."
- Lino de Macedo


Implicações na Educação 


O aluno deve ser ativo em suas aprendizagens, mas cabe ao professor propor, orientar e oferecer condições para que ele exerça suas potencialidades. Para isso, deve conhecê-lo bem, assim como o contexto em que vive e a relação dele com a natureza do tema a ser aprendido.

Referências:

Um comentário :

  1. Olá querida passando para lhe visitar através da “Agenda dos Blogs” ... Excelente post, compartilhei no Facebook...Bjos
    Blog Ensinar é Aprender

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Na aventura de aprender de nossas crianças e jovens,
pais e professores são a bússola para o caminho de
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(Rosangela Vali - Pedagoga e Psicopedagoga)

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