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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Alfabetização e Consciência Fonológica na Prática

Quando reflete sobre os segmentos das palavras, a pessoa está pondo em ação a consciência fonológica”.

É preciso deixar bem claro, que nessa perspectiva é concebido que a consciência fonológica é um conjunto de habilidades necessárias, mas não suficientes para que o aprendiz se alfabetize ao iniciar. Crianças pequenas em situações que lhes permitam refletir sobre o funcionamento das palavras escritas são ajudadas a começar a observar certas propriedades do sistema alfabético (como a ordem, a estabilidade, e a repetição de letras nas palavras), ao mesmo tempo em que, divertindo-se, analisam as semelhanças sonoras (de palavras que rimam ou têm sílabas iguais ou mediais iguais), bem como examinam a quantidade de partes (faladas e escritas) das palavras.

Para escrever segundo uma hipótese alfabética, as crianças precisam identificar  palavras que começam com o mesmo fonema (mesmo que não saibam pronunciá-lo isoladamente).

 Frisamos que o desenvolvimento da consciência fonológica ocorre à medida que a criança
tem oportunidades de refletir sobre as formas orais e escritas das palavras. Deste modo,temos clareza de que as habilidades de consciência fonológica importantes para uma criança se alfabetizarnão aparecem com a maturação biológica, como parte do desenvolvimento corporal.
Elas dependem de oportunidades para refletir sobre as palavras em sua dimensão sonora. Portanto, a escola tem um papel essencial em fomentar seu desenvolvimento no final da educação infantil e no começo do ensino fundamental;• as crianças não devem ser “barradas”,impedidas de entrar no primeiro ciclo se ainda não apresentam certas habilidades importantes de consciência fonológica. Não se trata de cobrar que a criança tenha alcançado um estado de “prontidão”, mas de ela ser desafiada, tendo oportunidades lúdicas e prazerosas de pensar sobre as palavras, situações nas quais refletem sobre seus segmentos sonoros. Nas seções seguintes desse caderno, discutiremos exemplos concretos em que tais desafios foram vividos através de jogos de palavras e da exploração lúdica de textos da tradição oral (cantigas, parlendas etc.).

Análise Linguística: apropriação do Sistema de escrita Alfabética

FEV. JUN. AGO. DEZ.
Escreve o próprio nome.



Reconhece e nomeia as letras do alfabeto.



Diferencia letras de números e outros símbolos.



Conhece a ordem alfabética e seus usos em diferentes gêneros.



Reconhece diferentes tipos de letras em textos de diferentes gêneros e suportes textuais.



Compreende que palavras compartilham certas letras.



Percebe que palavras diferentes variam quanto ao número, repertório e ordem de letras.



Segmenta oralmente as sílabas de palavras e compara as palavras quanto ao tamanho.



Identifica semelhanças sonoras em sílabas e em rimas.



Reconhece que as sílabas variam quanto às suas composições.



Percebe que as vogais estão presentes em todas as sílabas.



Lê, ajustando a pauta sonora ao escrito.



Domina as correspondências entre letras ou grupos de letras e seu valor sonoro, de modo a ler palavras e textos.



Domina as correspondências entre letras ou grupos de letras e seu valor sonoro, de modo a escrever palavras e textos.



     
Para compreender a relação entre partes orais e escritas das palavras, as crianças se beneficiam muito da materialização  que a forma escrita das palavras lhes proporciona. Assim como defende Ferreiro (2003), e foi comprovado por  Bradley e Bryant (1987), poder montar e desmontar palavras e poder observar a sequência de letras de palavras parecidas são importantes suportes cognitivos para as crianças pensarem nos segmentos sonoros, muito mais abstratos e sem uma aparência material. Não é à toa que, ao serem solicitadas a pensar sobre fonemas, muitas crianças se referem às letras das palavras, pois essas formas gráficas são muito mais “palpáveis” e “observáveis” como unidades. 
Assim, como o leitor verá, ao realizarmos atividades que desafiam as crianças a refletir fonologicamente sobre as palavras, sempre que possível devemos apresentar, simultaneamente, as formas escritas daquelas mesmas palavras. Pensemos bem: se, por exemplo, numa brincadeira de produzir palavras que rimam com FEIJÃO, a professora registra abaixo dessa as outras palavras que os alunos vão verbalizando (CAMINHÃO, CORAÇÃO, TUBARÃO etc.), esses meninos e meninas vão ter uma coisa interessante sobre a qual refletir: por que todas aquelas palavras terminam com as mesmas letras ÃO? Sem dar uma aulinha expositiva, na qual transmite a informação pronta (e pouco útil) de que “palavras que têm pedaços sonoros parecidos tendem a ser escritas de modo idêntico”, a professora cria situações que levam os alunos a vivenciarem, de forma facilitada, a reflexão que leva a esse tipo de descoberta. Nas seções seguintes, a fim de ajudarmos o aprendiz a se alfabetizar de modo eficaz, vamos abordar questões referentes à utilização de materiais didáticos na prática pedagógica dos professores, que são fundamentais para a apropriação do SEA. Num primeiro momento, discutiremos algumas atividades de uso do livro didático que promovem a compreensão das propriedades do SEA (reflexão sobre os sons das palavras e atividades de montar e desmontar palavras com o alfabeto móvel). Em seguida, refletiremos sobre o uso de jogos que ajudam as crianças a avançar em habilidades de consciência fonológica e, por último, discutiremos a utilização de livros das obras complementares que proporcionam à criança não só a oportunidade de reconstruir as propriedades do SEA, mas também o conhecimento dos usos e funções da escrita.
 Existem    algumas atividades    que    são    bastante    interessantes,    no    que    diz    respeito    às correspondências som-grafia, como as que têm comandos como:


“Pinte a letra que muda a palavra”, 
“Troque a primeira letra e for-me outras palavras”, 
“Mude a sílaba de lugar e forme outras palavras”.
 Esse tipo de atividade é bastante produtivo, pois o aluno terá que refletir sobre as unidades sonoras para formar outras palavras.


Apesar de algumas lacunas, o LD do 1º ano é um apoio interessante, sendo mais um recurso didático a ser explorado. Mesmo quando ele não tem um ensino mais sistematizado, voltado para o eixo da apropriação do Sistema de Escrita Alfabética, tentamos adaptá-lo à nossa realidade.”
 Reconhecendo que a consciência fonológica é uma condição necessária, mas não suficiente para uma criança se alfabetizar, consideramos essencial criar situações por meio das quais nossos alunos possam refletir sobre as formas orais e escritas das palavras.
 Elas envolvem as capacidades de partir palavras em sílabas, comparar palavras quanto ao tamanho, e comparar palavras quanto a semelhanças sonoras (de suas sílabas, rimas ou fonemas iniciais).

Nessa perspectiva, alguns textos se prestam especialmente para refletirmos sobre a dimensão sonora das palavras. Eles são textos poéticos (músicas, quadrinhas, cantigas, parlendas) e trava-línguas que contêm rimas e aliterações (isto é, sílabas ou fonemas idênticos, no início ou no meio da palavra).

Por serem curtos e os alunos, muitas vezes,os saberem de cor, seu uso permite uma reflexão específica sobre as relações entre partes orais (o que pronunciamos) e as partes escritas do texto (as palavras, sílabas e letras) que substituem, no papel, o que pronunciamos ao cantar o texto.  
Neste link,  ALFABETIZAÇÃO COM RIMAS você encontrará várias sugestões de como ajudar e oportunizar  a reflexão sobre como, na escola, podemos utilizar as atividades e articulá-las para que promovam a capacidade dos alunos de refletir sobre as palavras como sequências sonoras. 

Bom proveito,  Rosangela Vali

domingo, 22 de março de 2015

VOGAIS/Consciência Fonológica/

Crianças disléxicas necessitam muito auxílio no estudo das vogais. As trocas acontecem: a/o - a/e- o/u - e/i
O material que aplicarei e que indico é rico de imagens, poesia, música, sonoridade, curiosidade e compreensão fonética. Foi elaborado pela professora Iara Medeiros que realiza um belo trabalho de alfabetização, ao qual acompanho e  oferece ótimos recursos para o trabalho psicopedagógico com os aprendizes que possuem dificuldade no processo inicial de escrita e leitura.
 
 

Confira seu trabalho em  

sábado, 6 de setembro de 2014

Recursos para Leitura e Escrita(Consciência Fonológica)

Das atividades sugeridas aqui no blog em Consciência Fonológica, destaco duas para trabalhar com os aprendizes que precisam de mais estimulação para reconhecer e desenvolver positivamente a habilidade alfabética (escrita/ortografia) e de leitura (interpretação/compreensão).

Qual é a frase?
Objetivo:
Saber ler reconhecendo globalmente as palavras.
_ Dividir a turma em grupo (alunos com níveis de aprendizagem diferenciados).
_ Em cada momento um aluno será o representante do grupo, até que todos tenham participado.
_ O grupo pode cochichar com seu representante, no sentido de ajudá-lo a elaborar a resposta
_ Colocar uma frase escrita em cartões (cada palavra num cartão) colados no quadro, virados.
A menina caiu da bicicleta e quebrou a perna.
_ Dar a vez ao representante de cada grupo falar uma possível palavra da frase,de acordo com as dicas do(a) professor(a).
_ Professora para o grupo 1:
_ A frase fala de uma pessoa que ainda não cresceu.
_ O grupo tem 2 chances para dizer menina se não disser outro grupo pode dizer, se acertar ganha o ponto
_ Professor para o grupo 2:
_ A frase fala de um acidente que a menina sofreu.
_ Professora para o grupo 3:
_ A frase fala de onde ela caiu.
_ Professora para o grupo 4:
_ A frase nos conta o que aconteceu quando a menina caiu da bicicleta..
_ O grupo deve ler a frase toda. Ganha um ponto se ler corretamente.
_ Saber decodificar palavras e textos escritos
_ Pedir ao representante de cada grupo para ler a frase.
_ Fazer a leitura coletiva (turma) da frase.
_ Formar frases menores e pedir aos representantes dos grupos que as leiam:
A menina caiu. - A menina caiu da bicicleta. - A menina quebrou a perna. - Amenina quebrou a bicicleta. - A bicicleta caiu. - etc


Monta\desmonta -Atividade lúdica:
Objetivo:
Construir a compreensão global do texto lido, unificando e inter-relacionando informações explícitas e implícitas, produzindo inferências.
_ Dividir a turma em 12 grupos (duplas de alunos com níveis de aprendizagemdiferenciados).
_ O(a) professor (a) deve dizer aos alunos que trouxe um texto (gênero híbrido:história em forma de poesia) todo cortado em fichas para que pudessem deixar exposto, enfeitando a sala, mas que quando chegava na escola aconteceu um acidente: o vento soprou tão forte que todas as fichas voaram.
Agora precisa da ajuda dos alunos para montá-lo novamente.
Distribuir o texto fotocopiado e ler, na ordem certa, pelo menos 3 vezes.
O(a) professor(a) deverá distribuir o texto fatiado, entre os grupos dos alunos. Pedir as partes do texto e o grupo que estiver com a ficha correspondente deve fixá-la no quadro, na ordem certa. Vale consultar o texto fotocopiado.
1) Tragam a ficha que apresenta o personagem principal,
2) a ficha que fala o que ela era antes de ser menina,
3) a ficha que fala de como ela vivia;
4) a ficha que fala onde ela vivia;
5) a ficha que fala do tipo do acidente ocorrido;
6) a ficha que fala de quem provocou o acidente;
7) a ficha que fala do lugar onde a fada Rebeca guardava a varinha mágica;
8) a ficha que fala sobre o que caiu de cima do armário;
9) a ficha que fala de como a varinha caiu de cima do armário;
10) a fichas que fala o que veio voando;
11) a ficha que fala em quem a varinha de condão bateu;
12) a ficha que conta que a varinha bateu muito de leve na boneca.
13) a ficha que conta o que aconteceu quando a varinha bateu na boneca;
14) Leitura coletiva do texto todo, utilizando as fichas e possíveis leituras individuais.
15) Valendo 3 pontos: por que na última estrofe da poesia o autor chama a boneca de pobre? “Bateu na pobre boneca...”
16) Valendo 3 pontos: Quem sabe dizer qual foi a transformação que aconteceu.
17) Valendo 5 pontos: Cada grupo cria um título para o texto. A turma convida a especialista da escola para escolher o melhor título. O grupo, criador do título escolhido ganha 5 pontos.
_ Quem fizer mais pontos ganha o jogo que poderá ter uma premiação simbólica ao vencedor e a todas as equipes pela participação. Pode ser adesivo, carimbo no caderno, guloseimas diversas, cartõezinhos personalizados. 
Importante: cada professor(a) tem o diferencial de criar e adaptar textos que considerar viáveis e significativos a sua classe,enfim usar e abusar da criatividade. (Bom proveito!)

Texto:
Era uma vez uma menina
que um dia foi boneca.
Vivia sozinha, esquecida
na casa da fada Rebeca.
Foi um acidente fatal.
A borboleta Formosa
derrubou de cima do armário
a varinha poderosa.
Veio voando no ar
a varinha de condão.
Bateu na pobre boneca
feito nuvem de algodão.
BUM!Que transformação!

Contribuição – Sala de Apoio Pedagógico 
Rosangela L. S. Vali

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Teoria e Prática sobre Consciência Fonológica


Definição: CF = (Consciência Fonológica)
Capacidade metalinguística que permite analisar e refletir, de forma consciente, sobre a estrutura fonológica da linguagem oral.

Características do desenvolvimento:
  • Inicia-se desde cedo.      
  • Desenvolvimento progressivo ao longo da infância.
  • Depende de:
    - Experiências linguísticas.
    - Desenvolvimento cognitivo da criança.

    -Características específicas de diferentes capacidades de CF.
    - Exposição formal ao sistema alfabético, com a aquisição de leitura e escrita.
  • Apesar deste desenvolvimento nem sempre ocorrer na mesma ordem, os estudos são unânimes quando referem que o nível mais complexo de CF e, portanto, a última capacidade a surgir, é a consciência fonêmica.
Desenvolvimento fonológico
  • 1 – 2 meses
    - Distinção dos sons com base no fonema.
  • 30 meses
    - Detecção de eventuais erros na produção do seu enunciado ou no dos outros interlocutores (auto-correcções).
  • 36 meses
    - Distinção de todos os sons da sua língua materna, pelo que consegue distinguir as cadeias sonoras aceitáveis na sua língua, corrigindo as não passíveis.
  • 3 - 4 anos

- Sensibilidade às regras fonológicas da sua língua.
- Manifestam capacidades de CF: reconhecem rimas e aliterações, identificando as primeiras.
- Prazer lúdico com as rimas através de jogos de sons e de palavras, nas quais a criança faz deturpações voluntárias, criando palavras novas (aldrabão/trapalhão – traldrabão).
- A produção de rimas é uma tarefa mais fácil, comparativamente à de segmentação de sons ou de identificação fonêmica.
- Dificuldades em identificar a palavra no contínuo sonoro, competência que é consolidada ao longo do percurso escolar. 

  • 4 anos
    -Maiores dificuldades em tarefas de consciência fonêmica quando comparada à silábica.
    - Capacidade de segmentar silabicamente unidades lexicais compostas por duas sílabas.
    - Maiores dificuldades na segmentação de palavras polissilábicas e/ou monossilábicas.
  • 5 anos
    - Capacidades metafonológicas ao nível do fonema 
    e do traço distintivo, desde que as tarefas sejam adaptadas à realidade linguística e cognitiva da criança.
  • 6 anos
    - Domínio, quase total, da capacidade de segmentação silábica. 
    - Maiores dificuldades nas tarefas relativas à consciência fonêmica  pois ainda não há o apoio da escrita. No entanto, com a aprendizagem da leitura há conhecimento adicional sobre a estrutura linguística.
    - A CF vai-se complexificando, sendo necessário receber instruções formais que explicitem as regras de correspondência dos sons da fala na escrita alfabética (relações fonema/grafema).
    - Desenvolvimento da consciência fonêmica.
  • A partir dos 6 anos- Maior desenvolvimento das capacidades metafonológicas, devido à aquisição da escrita.- Domínio de todos os níveis de CF. 

Relação entre a consciência fonológica e a
 leitura e escrita

A escrita alfabética da língua portuguesa é, essencialmente, fonêmica  a qual se estabelece através do princípio alfabético da escrita: a unidade escrita (grafema) é relacionada à unidade sonora da palavra (fonemas) (Gathercole & Bradedeley, 1993 cit. por Freitas, 2004) através da reflexão acerca dos sons da fala e sua relação com os grafemas, o que, por sua vez, requer o acesso à CF (Freitas, 2004; Teles, 2004).


Desenvolver estratégias adequadas para o processamento da aprendizagem da consciência fonológica não significa equivocar-se transformando as hipóteses da  construção da escrita, desenvolvidas nas pesquisas de Ferreiro (2010), em atividades de sala de aula. O professor precisa traçar estratégias que combine, nas atividades de sala de aula, o domínio da decodificação com o trabalho de construção de significado (Capovilla & Capovilla, 2007). 

Essas estratégias provavelmente não serão facilmente compreendidas pelo educador, devido a sua forte formação tecnicista, que o conduz às atividades pontuais, mas também por exigir intervenções pedagógicas, “mediação” na construção dessa aprendizagem. Sem dúvida, esse processo construtivo exige a formação de um educador reflexivo capaz de aplicar o seu conhecimento no monitoramento atencioso e cuidadoso. 

Portanto, não basta selecionar algumas estratégias de ensino de consciência fonológica e transpô-las para a prática. Na medida em que o educador avance no conhecimento da linguística, especialmente da fonologia, e das psicologias modernas é que poderá pensar numa prática interdisciplinar e intervir conscientemente na aprendizagem dos alunos. 

O que o educador precisa saber sobre consciência fonológica. 

A linguística, especialmente a fonologia, pode colaborar com a formação do educador acerca do conhecimento da estrutura da língua, esse conhecimento inclui a apreensão do conceito de consciência fonológica. 

Para Martins (2008), a consciência fonológica pode ser compreendida como sendo um processo em que o aluno toma consciência dos sons que compõem a fala.

Adams et al (2006) fazem uma distinção entre os termos "Consciência Fonológica" e "Consciência Fonêmica", embora esses termos muitas vezes sejam aplicados de forma generalizada. Para esses autores, o termo "Consciência Fonológica" é mais amplo, abrange todos os tipos de consciência dos sons que compõem o sistema de certa língua. Segundo eles, a consciência fonológica é composta por diferentes níveis: consciência fonêmica, consciência silábica e consciência intra-silábica.
Já o termo “Consciência Fonêmica" refere-se ao nível do fonema. Segundo os autores, a consciência fonêmica pode ser definida como a consciência de que a língua é composta por pequenos sons que são representados por letras de uma escrita alfabética chamados de fonemas. 

Ainda segundo Adams et al (2006), compreender como funciona o princípio alfabético depende de se entender que todas as palavras são compostas por sequências de fonemas. 

Isso não é muito diferente de entender que as frases são compostas de sequências de palavras, e estas, por sua vez, de sílabas. (p. 103). 

Para Adams et al (2006), uma outra distinção importante que deve ser conhecida pelos educadores é o uso de fonema e fone. O fonema é uma abstração que faz parte da língua, do sistema fonológico, mas não é pronunciado. Já o fone é concreto, são as produções dos falantes. Esses conhecimentos são importantes na prática dos educadores, 
pois, todas as vezes que estiverem trabalhando com a pronúncia de um som, estarão trabalhando com fones. Por exemplo: a professora, ao ensinar "faca" e "vaca", fará o contraste entre os dois fonemas /f/ e /v/v para que os alunos possam perceber as diferenças entre os sons de [f] e [v]. A percepção das diferenças entre os sons é que permitirá aos 
alunos construírem e distinguirem o significado de "faca" e de "vaca". 
A consciência fonêmica desenvolve nos alunos a consciência de que a língua é composta por pequenos sons e que essas pequenas unidades da fala correspondem às letras de um sistema de escrita alfabética. 

Lemle (2007) chama a atenção como esta análise é sutil. O aluno deve ter consciência dos pedacinhos que compõem a corrente de fala e perceber as diferenças de som pertinentes à diferença de letras. 

Se as letras simbolizam sons da fala, é preciso ouvir diferenças linguisticamente relevantes entre esses sons, de modo que possa escolher a letra certa para simbolizar cada som. A diferença sonora entre pé e fé, por exemplo, está apenas na qualidade da consoante inicial: o [p] é uma consoante oclusiva, enquanto o [f] é fricativa. Já as palavras toca e doca, tia e dia distinguem-se por outra característica de suas consoantes iniciais: a consoante [t] é enunciada sem voz, enquanto a consoante [d] é enunciada com voz. As palavras vim e vi têm como única diferença de pronúncia o traço de nasalidade da vogal (LEMLE,2007, p. 9). 

Para Adams et al (2006), apesar de essas diferenças serem sutis, podem sinalizar distinções profundas de significado. Isso ocorre entre "bote" e "bode", "tia" e "dia", por exemplo. As estratégias de consciência fonêmica podem favorecer o leitor em desenvolvimento a aprender a separar esses sons um do outro e a categorizá-los de forma que consigam compreender como as palavras são escritas. “Esse tipo de conhecimento explícito e reflexivo é que denominamos de consciência fonêmica” (ADAMS et al, 2006, p. 22). 6

Martins (2008) apresenta outra análise nas relações entre sons e letras em função do ambiente fonológico e indica que os alunos enfrentam muita dificuldade no processo construtivo: existem mais sons na fala do que letras para representá-los; a correspondência entre letras e fonemas não é unívoca, mas equívoca. O autor sugere que os educadores interessados em alfabetizar conheçam melhor a fonologia da língua materna, como propõe nos quadros abaixo. 


Quadro 1  
Classificação das Consoantes 

Critério: 
Modo de articulação: forma pela qual as consoantes são articuladas. 
Classificação:
a) Oclusivas: há bloqueio total do ar 
b) Constritivas: há bloqueio parcial do ar 

Critério:
Ponto de articulação: local onde a corrente de ar é articulada.
Classificação:
a) Bilabiais: ambos os lábios 
b) Labiodentais: lábios e dentes superiores 
c) Linguodentais: língua e dentes superiores 
d) Alveolares: lábios e alvéolo dos dentes 
e) Palatais: dorso da língua e céu da boca (palato)
f) Velares: parte superior da língua e palato mole 

Critério:
Função das cordas vocais
Classificação:
 a) Sonora: as cordas vocais vibram.
b) Surda: as cordas vocais não vibram 

Critério:
Função das cavidades bucal e nasal 
Classificação:
a) Orais: o ar sai somente pela boca 
b) Nasais: o ar sai pela boca e pelo nariz 
Fonte: Martins (2008)


Quadro 2
Conhecendo melhor alguns aspectos da estrutura da língua, o educador poderá diagnosticar dificuldades, como a troca de fonemas como /p/ e /b/, ambos oclusivos, para intervir de forma mais eficiente. 

Estratégias de consciência fonêmica, como rimas, ritmos, atividades de escuta, discriminação de sons, podem ajudar os alunos a encontrar semelhanças, diferenças, quantidades e ordem dos sons da fala, contribuindo para a construção do princípio alfabético. Também poderão ser desenvolvidas estratégias que ampliem a capacidade de os 
alunos analisarem as palavras em uma sequência de fonemas isolados, separando-os e sistematizando-os. Essas estratégias de análise e síntese, quando aplicadas, ampliam a consciência da palavra e da sílaba. 

Consciência da palavra e de frases 

Lemle (2007) define "palavras" como os acasalamentos de sons e sentido que utilizamos como "tijolos" na expressão dos nossos pensamentos. Para a autora, os alunos que vão aprender a escrever devem saber isolar, na corrente da fala, as unidades que são palavras, pois essas unidades deverão ser escritas entre dois espaços em branco. Pode-se compreender que assim se constrói a consciência da palavra para a autora. 

Para a literatura em geral, a consciência sintática representa a capacidade de segmentar a frase em palavras e, além disso, perceber a relação entre elas e organizá-las numa sequência que dê sentido. 

Adams et al (2006, p. 65) definem três propriedades básicas da frase: 

• As frases são cadeias linguísticas pelas quais transmitimos nossos pensamentos. 

• As frases são, por outro lado, compostas de sequências de palavras com significado, passíveis de serem faladas. 

• A presença ou ausência de significado em uma frase depende das palavras que ela venha a conter, bem como da ordem específica dessas palavras. 

Cagliari (2002) elenca várias dificuldades que um aluno pode apresentar de escrita quando não constrói a consciência da palavra. Algumas delas podem ser analisadas em sintonia com as observações de Lemle (2007). Ambos observam que na fala não existe a separação de palavras, a não ser quando marcada pela entonação do falante. Isso levará o aluno a produzir escrita do tipo "eraumaveis" ("era uma vez") - juntura intervocabular, ou segmentação indevida, como "a gora" ("agora"), "a fundou" ("afundou") ou ainda "minha miga" ao invés de "minha amiga". 

Consciência silábica 
Nas atividades de análise das palavras em unidades menores, sílabas, uma estratégia eficaz é solicitar que os alunos batam palmas escandindo as sílabas. Podem iniciar com seus próprios nomes, sussurrando e repetindo apenas com os lábios. As atividades devem ser ampliadas progressivamente, de acordo com a capacidade deles de analisar palavras em sílabas, utilizando-se de palavras diferentes, mas conhecidas e familiares para eles. 

Outras estratégias darão sequência nesse processo: determinar o número de sílabas sem bater palmas, organizar sílabas em fichas para compor palavras, contar quantas sílabas tem a palavra, contar quantas letras foram necessárias para formar a sílaba e quantas sílabas para formar a palavra. 

Atividades de análise e síntese são fundamentais na construção do princípio alfabético. 
Os linguistas e fonoaudiólogos orientam para a necessidade de ajudar o aluno a ouvir e a perceber os fones nas palavras, utilizando atividades como pronunciar os sons de uma palavra de forma muito clara e vagarosa, ou pedir aos alunos que pronunciem as palavras e sons em voz alta, para favorecer a construção da aprendizagem. Adams et al (2006) observam que essas atividades de análise precedem as atividades de síntese por exigirem um exercício cognitivo menos complexo. 
Os mesmos autores observam que os alunos, ao construírem a consciência silábica, estarão descobrindo que algumas palavras podem ser divididas em partes menores, isto é, em sílabas. Os alunos, compreendendo que as sílabas são unidades compostas por fonemas e que cada fonema é representado por um signo, as letras, sentir-se-ão competentes para criarem novas palavras a partir da construção da consciência silábica. 

Os mesmos autores desenvolvem várias estratégias como jogos de palavras, fichas, blocos ou cubos coloridos para favorecer esta construção. Observam a importância de pronunciar as palavras com clareza, mas sem distorcê-las levando em conta a ortografia. 
Por exemplo, a palavra "massa" deve ser pronunciada como "ma-ssa", e não "mas-sa" (ADAMS et al, 2006, p. 35).9

Sistematizando, as estratégias para desenvolver a consciência fonológica nos alunos seguem a linha cronológica do princípio alfabético. Segundo Adams et al (2006), os alunos aos poucos são levados a observar que as histórias são construídas a partir de frases, as frases a partir de palavras, e as palavras, de sílabas, as quais por sua vez são construídas de fonemas. Para orientar o trabalho do professor, os autores apresentam uma série de objetivos que nortearam a aplicação das atividades, são eles (ADAMS et al, 2006, p. 34): 

• Jogos de escuta: estimular a habilidade das crianças de prestarem atenção a sons de forma seletiva; 

• Jogos com rimas: usar rimas para a introdução dos sons das palavras às crianças; 

• Consciência das palavras e frases: desenvolver a consciência das crianças de que a fala é constituída por uma seqüência de palavras; 

• Consciência silábica: desenvolver a capacidade de analisar as palavras em sílabas, separando-as e sistematizando-as; 

• Introduzindo fonemas iniciais e finais: mostrar a existência de fonemas nas palavras e como o sentido da palavra muda de acordo com a mudança do fonema; 

• Introduzindo as letras e a escrita: introduzir a relação entre grafemas e sons da fala; 

• Consciência fonêmica: demonstrar a existência de uma seqüência fonêmica nas palavras; 

• Avaliando a consciência fonológica: atividades que auxiliam na avaliação do nível geral de consciência fonológica.

Vários autores afirmam que as estratégias que envolvem a consciência fonêmica só fazem sentido se os alunos já souberem distinguir com segurança uma letra da outra. É importante ressaltar que as estratégias propostas, ao serem aplicadas, precisam ser contextualizadas à realidade de cada turma e monitoradas pelo professor. 

Para Klein (1990), a alfabetização caracteriza-se pelo fato de desenvolver a textualidade e também os conteúdos pertinentes à codificação e decodificação. A alfabetização, nesse sentido, diferencia-se dos demais momentos da língua devido a essa especificidade: o ensino do código, seus elementos, valores e relações. Há, portanto, conteúdos de ensino da língua escrita que são permanentes em todo o transcurso da escolarização, mas há conteúdos que, uma vez aprendidos, estarão na produção do aluno. A alfabetização, ao cuidar da sistematização dos princípios organizadores da linguagem (codificação e decodificação) e das habilidades da linguagem (ouvir, falar, ler e escrever), 
estará construindo nos alunos conhecimentos prévios que nos anos subsequentes ao Ensino Fundamental darão condições para o letramento.

Fontes:
www.cpgls.ucg.br
http://cfonologica.blogspot.com.br/


terça-feira, 17 de setembro de 2013

Material = Consciência Fonológica

Professores e profissionais na área de alfabetização já devem estar cientes da importância e do enfoque atual voltado à Consciência Fonológica principalmente para o processo inicial de leitura e de escrita.
Já disponibilizo material sobre o tema neste blog. Adapto e aplico com meus aprendizes na sala de Apoio pedagógico no contra turno com ritmo diferenciado da maioria dos colegas de classe.
Com planejamento, confecção de material apropriado e usando muita criatividade, muito podemos auxiliar as crianças que demandam de mais tempo para compreensão e significado da leitura e da escrita.
Encontrei este material sucinto, esclarecedor e prático que pode auxiliar muito sobre o tema CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA.
Bom proveito e sucesso! (Rosangela Vali)

Fonte:
http://de.slideshare.net/anthonielly/conscincia-fonolgica-revistoabril2013

RESULTADO EM AÇÂO!



csp6961069

Na aventura de aprender de nossas crianças e jovens,
pais e professores são a bússola para o caminho de
descobertas e aprendizagens significativas e felizes.
(Rosangela Vali - Pedagoga e Psicopedagoga)

"Somos diferentes, mas não queremos ser transformados em desiguais. As nossas vidas só precisam ser acrescidas de recursos especiais".

(Peça de teatro: Vozes da Consciência,BH)

MotivAÇÃO FAZ BEM!

Hoje Acordei Para Vencer! A automensagem positiva logo pela manhã é um estímulo que pode mudar o seu humor, fortalecer sua autoconfiança e, pensando positivo, você reunirá forças para vencer os obstáculos. Não deixe que nada afete seu estado de espírito. envolva-se pela música, cante ou ouça. Comece a sorrir mais cedo. ao invés de reclamar quando o relógio despertar, agradeça a Deus pela oportunidade de acordar mais um dia. O bom humor é contagiante: espalhe-o. Fale de coisas boas, de saúde, de sonhos, com quem você encontrar. Não se lamente, ajude as outras pessoas a perceber o que há de bom dentro de si. Não viva emoções mornas e vazias. Cultive seu interior, extraia o máximo das pequenas coisas. Seja transparente e deixe que as pessoas saibam que você as estima e precisa delas. Repense seus valores e dê a si mesmo a chance de crescer e ser mais feliz. Tudo que merece ser feito, merece ser bem feito. Torne suas obrigações atraentes, tenha garra e determinação. Mude, opine, ame o que você faz. Não trabalhe só por dinheiro e sim pela satisfação da "missão cumprida". Lembre-se: nem todos têm a mesma oportunidade. Pense no melhor, trabalhe pelo melhor e espere pelo melhor. Transforme seus momentos difíceis em oportunidades. Seja criativo, buscando alternativas e apresentando soluções ao invés de problemas. Veja o lado positivo das coisas e assim você tornará seu otimismo uma realidade. Não inveje. Admire! Seja entusiasta com o sucesso alheio como seria com o seu próprio. Idealize um modelo de competência e faça sua auto-avaliação para saber o que está lhe faltando para chegar lá. Ocupe seu tempo crescendo, desenvolvendo sua habilidade e seu tempo. Só assim não terá tempo para criticar os outros. Não acumule fracassos e sim experiências. Tire proveito de seus problemas e não se deixe abater por eles. Tenha fé e energia, acredite: Você pode tudo o que quiser. Perdoe, seja grande para os aborrecimentos, pobre para a raiva, forte para vencer o medo e feliz para permitir a presença de momentos infelizes. Não viva só para seu trabalho. Tenha outras atividades paralelas como: esportes, leitura... cultive amigos. O trabalho é uma das contribuições que damos para a vida, mas não se deve jogar nele todas as nossas expectativas de realizações. Finalmente, ria das coisas a sua volta, ria de seus problemas, de seus erros, ria da vida: "A gente começa a ser feliz quando é capaz de rir da gente mesmo". (Autor desconhecido)

Dicas de FAZER o BEM faz BEM!

“Ninguém e nada cresce sozinho. Sempre é preciso um olhar de apoio. Uma palavra de incentivo. Um gesto de compreensão. Uma atitude de segurança. Devemos, assim, sermos gratos. Aos que nos ajudaram a crescer. E termos o propósito de não parar. E não passar em vão pela vida”. (autor desconhecido)

Aprender no Coletivo!

"Quanto mais rica

a experiência humana,

tanto maior será

o material disponível

para a imaginação e

a criatividade".

(Lev S. Vygostsky)


Na aventura de aprender de nossas crianças e jovens, pais e professores são a bússola para o caminho de descobertas e experiências
significativas e felizes.
(Rosangela Vali - Pedagoga e Psicopedagoga)


ATENDIMENTO PSICOPEDAGOGICO


Sou participante em...

Salmo 16:8 -
(Com ELE, nos FORTALECEMOS!)

Selinhos Amigos e Parceiros neste BLOG! OBRIGADA!