Quando reflete sobre os segmentos das palavras, a pessoa está pondo em ação a consciência fonológica”. 
É preciso deixar bem claro, que nessa perspectiva é concebido que a 
consciência fonológica é um conjunto de habilidades necessárias, mas não
 suficientes para que o aprendiz se alfabetize ao iniciar. Crianças 
pequenas em situações que lhes permitam refletir sobre o funcionamento 
das palavras escritas são ajudadas a começar a observar certas 
propriedades do sistema alfabético (como a ordem, a estabilidade, e a 
repetição de letras nas palavras), ao mesmo tempo em que, divertindo-se,
 analisam as semelhanças sonoras (de palavras que rimam ou têm sílabas 
iguais ou mediais iguais), bem como examinam a quantidade de partes 
(faladas e escritas) das palavras.
Para    escrever    segundo    uma    hipótese alfabética,    as    crianças    precisam identificar  palavras que começam com o mesmo fonema (mesmo    que    não    saibam    pronunciá-lo    isoladamente).
 Frisamos que o desenvolvimento da consciência fonológica ocorre à medida que a criança 
tem oportunidades de refletir sobre as formas orais e escritas das palavras. Deste modo,temos clareza de que  as    habilidades    de    consciência    fonológica importantes    para    uma    criança    se    alfabetizarnão    aparecem    com    a    maturação    biológica, como    parte    do    desenvolvimento    corporal.
Elas    dependem    de    oportunidades para    refletir    sobre    as    palavras    em    sua dimensão    sonora.    Portanto,    a    escola tem    um    papel    essencial    em    fomentar seu    desenvolvimento    no    final    da educação    infantil    e    no    começo    do    ensino fundamental;• as    crianças    não    devem    ser    “barradas”,impedidas    de    entrar    no    primeiro ciclo    se    ainda    não    apresentam    certas habilidades    importantes    de    consciência fonológica.    Não    se    trata    de    cobrar que    a    criança    tenha    alcançado    um estado    de    “prontidão”,    mas    de    ela    ser desafiada,    tendo    oportunidades    lúdicas e    prazerosas    de    pensar    sobre    as    palavras, situações    nas    quais    refletem    sobre seus    segmentos    sonoros.    Nas    seções seguintes    desse    caderno,    discutiremos exemplos    concretos    em    que    tais    desafios foram    vividos    através    de    jogos    de palavras    e    da    exploração    lúdica    de    textos da    tradição    oral    (cantigas,    parlendas    etc.).
Análise Linguística: apropriação do Sistema de escrita Alfabética
 
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 | FEV. | JUN. | AGO. | DEZ. | 
 
   | Escreve o próprio nome. | 
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   | Reconhece e nomeia as letras do alfabeto. | 
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   | Diferencia letras de números e outros símbolos. | 
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   | Conhece a ordem alfabética e seus usos em diferentes gêneros. | 
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   | Reconhece diferentes tipos de letras em textos de diferentes gêneros e suportes textuais. | 
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   | Compreende que palavras compartilham certas letras. | 
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   | Percebe que palavras diferentes variam quanto ao número, repertório e ordem de letras. | 
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   | Segmenta oralmente as sílabas de palavras e compara as palavras quanto ao tamanho. | 
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   | Identifica semelhanças sonoras em sílabas e em rimas. | 
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   | Reconhece que as sílabas variam quanto às suas composições. | 
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   | Percebe que as vogais estão presentes em todas as sílabas. | 
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   | Lê, ajustando a pauta sonora ao escrito. | 
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   | Domina as correspondências entre letras ou grupos de letras e seu valor sonoro, de modo a ler palavras e textos. | 
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   | Domina as correspondências entre letras ou grupos de letras e seu valor sonoro, de modo a escrever palavras e textos. | 
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Para compreender a relação entre partes orais e escritas das palavras, as crianças se beneficiam muito da materialização  que a forma escrita das palavras lhes proporciona. Assim como defende Ferreiro (2003), e foi comprovado por  Bradley e Bryant (1987), poder montar e desmontar palavras e poder observar a sequência de letras de palavras parecidas são importantes suportes cognitivos para as crianças pensarem nos segmentos sonoros, muito mais abstratos e sem uma aparência material. Não é à toa que, ao serem solicitadas a  pensar sobre fonemas, muitas crianças se referem às letras das palavras, pois essas formas gráficas são muito mais “palpáveis” e “observáveis” como unidades. 
Assim, como o leitor verá, ao realizarmos atividades que desafiam as crianças a refletir fonologicamente sobre as palavras, sempre que possível devemos apresentar, simultaneamente, as formas escritas daquelas mesmas palavras. Pensemos bem: se, por exemplo, numa brincadeira de produzir palavras que rimam com FEIJÃO, a professora registra abaixo dessa as outras palavras que os alunos vão verbalizando (CAMINHÃO, CORAÇÃO, TUBARÃO etc.), esses meninos e meninas vão ter uma coisa interessante sobre a qual refletir: por que todas aquelas palavras terminam com as mesmas letras ÃO? Sem dar uma aulinha expositiva, na qual transmite a informação pronta (e pouco útil) de que “palavras que têm pedaços sonoros parecidos tendem a ser escritas de modo idêntico”, a professora cria situações que levam os alunos a vivenciarem, de forma facilitada, a reflexão que leva a esse tipo de descoberta. Nas seções seguintes, a fim de ajudarmos o aprendiz a se alfabetizar de modo eficaz, vamos abordar questões referentes à utilização de materiais didáticos na  prática pedagógica dos professores, que são fundamentais para a apropriação do SEA. Num primeiro momento, discutiremos algumas atividades de uso do livro didático que promovem a compreensão das propriedades do SEA (reflexão sobre os sons das palavras e atividades de montar e desmontar palavras com o alfabeto móvel). Em seguida, refletiremos sobre o uso de jogos que ajudam as crianças a avançar em habilidades de consciência fonológica e, por último, discutiremos a utilização de livros das obras complementares que proporcionam à criança não só a oportunidade de reconstruir as propriedades do SEA, mas também o conhecimento dos usos e funções da escrita.
 Existem    algumas atividades    que    são    bastante    interessantes,    no    que    diz    respeito    às correspondências    som-grafia,    como    as    que    têm    comandos    como:
“Pinte a letra que muda a palavra”, 
“Troque a primeira letra e for-me outras palavras”, 
“Mude a sílaba de lugar e forme outras palavras”.
 Esse    tipo    de    atividade    é    bastante    produtivo,    pois    o    aluno    terá que    refletir    sobre    as    unidades    sonoras    para    formar    outras    palavras.
Apesar    de    algumas    lacunas,    o    LD    do    1º    ano    é    um    apoio    interessante,    sendo    mais    um    recurso    didático    a    ser    explorado.    Mesmo    quando ele    não    tem    um    ensino    mais    sistematizado,    voltado    para    o    eixo    da apropriação    do    Sistema    de    Escrita    Alfabética,    tentamos    adaptá-lo    à nossa    realidade.”
 Reconhecendo que a consciência fonológica é uma condição necessária, mas não suficiente para uma criança se alfabetizar, consideramos essencial criar situações por meio das quais nossos alunos possam refletir sobre as formas orais e escritas das palavras.
 Elas envolvem as capacidades de partir palavras em sílabas, comparar palavras quanto ao tamanho, e comparar palavras quanto a semelhanças sonoras (de suas sílabas, rimas ou fonemas iniciais).
Nessa perspectiva, alguns textos se prestam especialmente para refletirmos sobre a dimensão sonora das palavras. Eles são textos poéticos (músicas, quadrinhas, cantigas, parlendas) e trava-línguas que contêm rimas e aliterações (isto é, sílabas ou fonemas idênticos, no início ou no meio da palavra).
Por serem curtos e os alunos, muitas vezes,os saberem de cor, seu uso permite uma reflexão específica sobre as relações entre partes orais (o que pronunciamos) e as partes escritas do texto (as palavras, sílabas e letras) que substituem, no papel, o que pronunciamos ao cantar o texto.  
Neste link,  ALFABETIZAÇÃO COM RIMAS você encontrará várias sugestões de como ajudar e oportunizar  a reflexão sobre como, na escola, podemos utilizar as atividades e articulá-las para que promovam a capacidade dos alunos de refletir sobre as palavras como sequências sonoras. 
Bom proveito,  Rosangela Vali  
 
Boa noite eu já li vários assuntos publicados ,aquele sobre as cores também é muito interessante e venho através deste solicitar a sua ajuda sou mãe de um menino de onze anos que não sabe ler e nem escrever,infelismente não tive sucesso em ensinar e a escola onde ele estuda simplesmente o fez passar de série após série sem se importar com a dificuldade dele a única forma que encontrei de ajudá foi contratar uma professora particular e montar uma sala de aula em um quarto de minha casa pois ele já foi diagnosticado com deficiência de aprendizado , porém nada foi feito apenas foi agendado mas a espera é longa e gostaria de sua opinião como deveria ser uma sala de aula para uma criança com dificuldades para aprender e com dificuldade de concentração.por favor não deixe de me enviar alguma dica ,pois mesmo tendo poucos recursos financeiros , estou tomando está iniciativa pois meu filho sofre por não conseguir acompanhar os outros alunos e acompanho de perto esse sofrimento.meu email
ResponderExcluirericafatima2011@hotmail.com
Oi Erica!
ResponderExcluirSeu filho sempre aprende todo dia de um jeito só seu. Encaminhei algumas informações via e-mail. Fico no aguardo. Abraço.