quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Psicopedagogia em Ação!: Psicopedagogia com CONTOS de FADAS!


terça-feira, 5 de novembro de 2013

Psicopedagogia com CONTOS de FADAS!


A psicopedagogia tem como objeto de estudo e trabalho a problemática da aprendizagem e todos os processos envolvidos nessa questão, por isso não se pode deixar de olhar o que está acontecendo entre a inteligência e os desejos inconscientes do sujeito. 
As histórias infantis como referências simbólicas a essas questões inconscientes constituem um importante instrumento psicopedagógico, uma vez que remetem ao sonho, à fantasia e iluminam o ser humano no que lhe é próprio: a capacidade de sonhar e simbolizar. (LIMA, 2003). 
Por isso, incorporar na prática psicopedagógica os milenares e sábios contos de fadas pode tornar os atendimentos mais criativos, sérios e incisivos quanto ao resgate das dificuldades de aprendizagem. 
A linguagem do simbólico, o universo das metáforas e a interpretação e a leitura que se faz desses conteúdos, contribuem imensamente tanto para o diagnóstico como para o tratamento psicopedagógico, já que o conceito de aprendizagem com o qual trabalha a psicopedagogia remete a uma visão de homem como sujeito ativo num processo de interação constante com o meio físico e social, interferindo nesse processo o seu equipamento biológico, suas condições afetivo emocionais e intelectuais. 
Os contos de fadas desenvolvem a capacidade de fantasia infantil, são para as crianças, o que há de mais real dentro delas. Enquanto diverte a criança, os contos a esclarecem sobre si mesma e favorecem o desenvolvimento da sua personalidade. Por isso, um conto trabalha o aspecto afetivo, psicológico e cognitivo. 

Muitas vezes, uma criança chega ao atendimento psicopedagógico com sua autoestima abalada, com uma auto-percepção negativa, sendo papel do psicopedagogo tentar auxiliá-la a restabelecer confiança em si mesma, em acreditar nas suas capacidades. 
Nessa questão, os contos de fadas podem auxiliar o profissional. Já citamos a importância e o impacto psicológico que eles causam a partir de sua estrutura fixa e, especialmente, com o final feliz que apresentam. Isso porque ao ouvir os relatos de personagens (com os quais a criança se identificou) que passaram por dificuldades e venceram, e mais fácil acreditar na sua própria vitória. 
Sabemos que quanto mais infelizes e desesperados estamos, tanto mais necessitamos de ser capazes de nos envolvermo-nos em fantasias otimistas. Embora a fantasia seja “irreal”, os bons sentimentos que ela nos dá sobre nós mesmos e nosso futuro são “reais”, e estes bons sentimentos reais são o que necessitamos para sustentar-nos (BETTELHEIM, 2000, p. 157). 
O final feliz pode realmente contribuir para a formação de uma crença positiva na vida. No entanto, é preciso ressaltar a palavra contribuir, ou seja, nenhum conto fará isso sozinho. É salutar deixar claro a importância do papel dos pais, professores e psicopedagogos mostrando confiança na criança e verdadeiramente ensinando-a a ter esperança no futuro. Isso será possível se a criança realmente se sentir acolhida, com olhares de encorajamento e aprovação. 
No início da idade escolar, a criança está entrando na fase de latência. Nessa fase, toda a energia da criança, que antes estava no aspecto sexual, envolvida nas questões edípicas, agora é sublimada e se volta com força para as coisas da escola, para a aprendizagem. Assim, o objeto de desejo é substituído pela busca do conhecimento. 
A criança entra na fase de latência utilizando o mecanismo de sublimação, e a aprendizagem escolar pode vir a ser muito gratificante por ser compreendida por ela como forma de brincar e de reparar objetos internos (TINOCO, 1999, p. 25). 
Portanto, a aprendizagem ocorre quando sublimamos, ou seja, quando transferimos um objeto de desejo para outro, no caso, o conhecimento. 
Dessa forma, agora a aprendizagem escolar representa a oportunidade de resolver temores internos, o que fazia antes através da brincadeira. 
Melanie Klein in TINOCO (1999, p.26) observou que diversas atividades escolares representavam para as meninas, formas de restaurar seu próprio corpo. E muitas vezes, ter um caderno bonito e em ordem pode representar, de forma simbólica, ter um corpo saudável e intacto.
Nos meninos, o sentimento de competição nessa fase é muito grande, pois fantasiam que superando seus colegas na sala, poderão superar também seu pai. 
No entanto, isso acontece com uma criança que viveu de forma satisfatória a fase fálica e elaborou ou está elaborando de forma tranquila o complexo de Édipo (como já citamos essa fase e seus acontecimentos são decisivos na vida da maioria das pessoas, segundo a psicanálise). 
Por outro lado, quando uma criança está em uma situação psíquica difícil, não pode focar sua energia para as coisas da escola, pois ela estará voltada para a resolução desses problemas. Muitas crianças, mesmo sem déficit algum de inteligência, nenhum comprometimento neurológico podem apresentar dificuldades na escola quando passam, por exemplo, por conflitos familiares, que consomem sua energia ou a faz regredir ou se fixar em uma fase anterior de desenvolvimento. 
Tinoco (1999, p.28) ressalta que a alfabetização pode ser bloqueada por conflitos internos da criança, relacionados com a não elaboração da situação Edípica. Isso porque algumas habilidades importantes para a leitura e escrita estão relacionadas aos seus desejos edípicos, que ela quer sufocar, não sabendo como lidar com eles. Assim, se fecha também para as novas aprendizagens, o que também a tornaria mais forte, despertando o medo de ser igual ou superior ao pai (no caso dos meninos) ou à mãe (no caso das meninas). Por isto a aprendizagem escolar se dá por volta dos sete anos, com uma maturação neurofuncional própria desta idade e com a resolução do complexo de Édipo. 
Portanto, quando não está com o ego bem estruturado e fortalecido, as pressões exercidas sobre a psique são quase insustentáveis por ele. É claro que em casos específicos, onde o psicopedagogo diagnosticar que problemas de ordem emocional atingem a criança é preciso encaminhá-la para atendimento com profissionais capacitados para tal. Mas até mesmo para essa percepção, para esse encaminhamento é preciso que o psicopedagogo conheça essa dinâmica, conheça o poder dos desejos inconscientes. É preciso uma escuta atenta e sensível, para perceber o que realmente está ocasionando a dificuldade apresentada. 
De acordo com a psicanálise todos os aspectos da vida de um indivíduo não podem ser analisados separadamente, portanto, todos os acontecimentos de sua vida (desde mesmo durante a vida intra-uterina) influenciam direta ou indiretamente sua vida, o que estende à dinâmica escolar, na relação do sujeito com o conhecimento e tudo o que ele pressupõe. 
Para que a aprendizagem escolar aconteça de forma satisfatória, o indivíduo precisa abrir mão de uma fase da vida, para entrar em outra. Isso pressupõe crescimento, e crescimento pressupõe separações e perdas dolorosas, como a quebra da relação simbiótica com a mãe, elaborações de questões edípicas e angústia de castração. 
Simbolizar é sentir a perda. É olhar e substituir o objeto perdido por outro. Daí a importância do estudo da função simbólica na psicopedagogia, uma vez que, para que ocorra a aprendizagem é necessário perder um objeto para então ganhar e apropriar-se de outro. A vida também é uma troca. Quando substituímos, simbolizamos e então amadurecemos (LIMA, 2003). 
Além desse aspecto, podemos citar também a importância das conversas que são estabelecidas após cada conto. Ao se falar sobre o herói, seus problemas, suas dificuldades, a criança consegue entender e visualizar melhor seus próprios problemas. Isso porque é muito mais fácil e menos perigoso falar de problemas alheios. Desta maneira, acontece um encontro com sentimentos dolorosos ou ameaçadores, mas de forma indireta e alternativa (FELDMAN, 1996, p.37). Ela pode falar de sentimentos que são seus, projetando-os no personagem em questão. 
Também é muito reconfortante para a criança saber que alguém (no caso o personagem) tem os mesmos problemas que ela e mais, que foi possível superá-los. Segundo Bettelheim (2000), o conto de fadas é um espelho onde podemos nos reconhecer com problemas e propostas de soluções que só podem ser elaborados na imaginação. Dessa forma, os contos podem: 
...esclarecer inconscientemente os processos e conflitos internos de forma simbólica e impessoal, para que a criança tenha a oportunidade de visualizar seus conflitos como um observador, auxiliando dessa forma, nas resoluções e promovendo o amadurecimento emocional e cognitivo (LIMA, 2003). 
Portanto, é preciso que o professor ou o psicopedagogo esteja atento às necessidades das crianças que estão sob sua responsabilidade, dirigindo de modo eficiente as propostas de discussões após um conto, permitindo que cada um fale de seus sentimentos de forma espontânea, respeitando sempre a individualidade, o desejo e o direito de cada um de falar ou não sobre o que sente. 
Todo educador deve conhecer muito bem a criança com quem trabalha. 
Conhecer seu estágio de desenvolvimento, suas necessidades, seu nível de pensamento. Essa necessidade é ainda maior para o psicopedagogo. Ele precisa estar verdadeiramente interagindo com as crianças que atende. Por isso, deve conhecer sua necessidade de mágica, de fantasia para assegurar-lhe esse direito. É preciso nunca perder de vista a complexidade e totalidade do ser humano, lembrando-se sempre que a criança que ali está é corpo, mente, emoção, que é resultado de influências sociais, é alguém que tem desejos, preferências, medos, angústias, alegrias, como qualquer outro ser humano. 
O que vemos em muitas escolas é na verdade, a criança sendo muitas vezes, subjugada e subestimada pelos adultos, não tendo suas reais necessidades atendidas. Segundo Bettelheim (1988, p. 355) isso faz com que seja oferecido à criança, ...um mundo insípido, um mundo que não reconhece os seus e os nossos medos mais profundos, assim como os desejos mais satisfatórios. O que é igualmente desastroso é que, ao tornarmos o mundo insípido para eles, estamos contribuindo para também tornar insípido o sentimento deles por nós, algo que faz sofrer tanto a eles como a nós. Se, por outro lado, pudéssemos devolver a magia ao mundo de nossos filhos, ela também seria devolvida a nossas relações, que se enriquecem enormemente com isso. 
Portanto, acreditamos que os contos de fadas podem ser aliados no diagnóstico bem como no acompanhamento psicopedagógico, auxiliando o profissional a conhecer a criança com a qual trabalha. Além disso, acreditamos também na possibilidade dos contos serem usados pela psicopedagogia de forma preventiva. 
Se os contos atingem o seu ápice quando a criança tem por volta de cinco anos, estando no auge dos conflitos edípicos, seria interessante eles estarem presentes na vida da criança desde a educação infantil, auxiliando-a na elaboração desses conflitos. Elaboração essa que poderia prevenir problemas futuros que acabam desencadeando dificuldades de aprendizagem, já que essa é uma fase de grande importância na vida do ser humano.

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