quarta-feira, 16 de maio de 2012

Afasia X Linguagem


A afasia é um sintoma comum na neurologia clínica, muitas vezes como consequência de um acidente vascular cerebral cuja localização geralmente se dá junto à artéria cerebral média esquerda ou nos ramos junto à região do cérebro responsável pela linguagem. Outras podem ser causadas por infecções e manifestações degenerativas locais comprometendo a área especificada. 

Segundo Heloísa Miguens de Araújo, fonoaudióloga Pós-Graduada em Fonoaudiologia e em Neurofisiologia, Master Practitioner em Programação Neurolinguística pelo INAp, Afasia é a perda parcial ou total da capacidade de linguagem, de causa neurológica central, decorrente de AVC (Acidente Vascular Cerebral), lesões cerebrais nas áreas da fala e linguagem. Na opinião da psicóloga Silvana Rabello, "Afasia é um distúrbio central onde a evocação das palavras fica prejudicada, como vemos em alguns idosos, ou vítimas de acidente vascular cerebral, por exemplo".

A especialista afirma que, conforme a extensão e localização da lesão cerebral, o paciente pode apresentar um ou mais sintomas, entre eles a perda total ou parcial das habilidades de articulação das palavras, a perda da fluência verbal, com dificuldade de expressão verbal, nomeação de objetos e repetição de palavras. De acordo com Heloísa, uma pessoa vítima de afasia pode não conseguir contar, nomear, por exemplo, dos dias da semana e os meses do ano ou ainda perder a noção gramatical. É difícil para alguém com afasia interpretar o que ouve. "É como se a pessoa, mesmo ouvindo, ficasse 'surda' para as palavras, por não reconhecer o significado das mesmas", explica a Dra. Heloísa, que completa que "muitas vezes o portador de afasia consegue perceber alguma palavra e reconhece o restante da comunicação". A perda parcial ou total da capacidade de ler e escrever também fazem parte da sintomatologia do portador de afasia. Ele ainda pode não conseguir organizar gestos de forma a representar ou comunicar o que quer. "Por exemplo, o paciente não consegue, com gestos, mostrar o que deseja comer ou indicar que deseja comer", ilustra a fonoaudióloga. 

Nestes casos, além da correta identificação da causa do problema, é importante que se procure um fonoaudiólogo, que pode melhorar muito a qualidade de vida e capacidade de comunicação de um indivíduo portador de Afasia. É muito importante, também, que o diagnóstico da afasia seja corretamente feito. A psicóloga e psicanalista Silvana Rabello aponta como essencial que o quadro sintomático orgânico seja diferenciado do quadro emocional. "A incidência do quadro emocional sobre os problemas de fala é bem alta". 

Existem peculiaridades que diferenciam as afasias e proporcionam ao médico uma determinação da topografia da região afetada, independente da causa, portanto podemos dividi-las em:


Afasia de Broca
A afasia de Broca caracteriza-se por grande dificuldade em falar, porém a compreensão da linguagem encontra-se preservada. Essa síndrome é também dita como afasia não fluente, de expressão ou motora: os pacientes conseguem executar normalmente a leitura silenciosa, mas a escrita está comprometida. Esses pacientes possuem, ainda, fraqueza na hemiface e membro superior direito (devido à proximidade das regiões afetadas pelo distúrbio circulatório). Os pacientes têm consciência do seu déficit e se deprimem com facilidade (frustração). Entretanto, o prognóstico é bom quanto à recuperação de parte da linguagem falada, embora sejam necessários meses para a realização de uma fala simples, abreviada, ainda que não fluente.

Afasia de Wernicke
A afasia de Wernicke caracteriza-se por dificuldade na compreensão da linguagem, a fala é fluente e faz pouco sentido. Essa síndrome é também denominada afasia fluente, de recepção ou sensorial. Diferente dos pacientes com afasia de Broca, os pacientes com essa síndrome começam a falar espontaneamente, embora de modo vago, fugindo do objetivo da conversa. Pode existir parafasias, isto é, uma palavra substituindo outra, como chamar uma colher de garfo (parafasia literal), ou um som substituindo outro, como ao chamar uma colher de mulher (parafasia verbal); geralmente, não apresentam fraqueza associada, os pacientes não se dãoconta de seu déficit e a recuperação é mais difícil.

Afasia de Condução
Na afasia de condução, a compreensão está relativamente preservada e a fala é fluente e espontânea. Existe, entretanto, incapacidade de repetir palavras corretamente.

Afasia Global
Afasia global é a perda de todas as capacidades de linguagem: compreensão, fala, leitura e escrita, sendo causado geralmente por um infarto completo no território da artéria cerebral média esquerda; os pacientes, sendo assim, também apresentam geralmente hemiplegia direita (total perda de força no lado direito do corpo), além de demência associada; o prognóstico é mais reservado.

Feita esta distinção e confirmado o diagnóstico de afasia, cuja terapêutica não é feita por psicólogos, é comum, no entanto, que o paciente também necessite de atendimento psicológico, por conta da crise de impotência que sofrem. Nestes casos, a psicanalista alerta para que o profissional escolhido esteja preparado para compreender um paciente que não fala, ou fala muito mal, e que conheça o quadro para saber entender as tentativas comunicativas do seu paciente. "Ás vezes, quando muito grave, os pacientes podem aprender outros códigos comunicativos para suprir a deficiência da fala", diz. Na opinião da psicanalista, a família do paciente de afasia também deve ser atendida pelo psicólogo, uma vez que a deficiência é justamente de comunicação. 

"A família é o maior estímulo e modelo comunicativo. Ela deve ser bem orientada, assim como acolhida no seu sofrimento frente a um filho com problemas tão graves", completa.
Créditos:
/www.google.com.br/imagens

9 comentários :

  1. Rosangela, excelente matéria!
    Parabéns!
    Bjos. :)

    http://baudaarteira.blogspot.com/

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  2. Olá, Rosangela!
    Gostei muito desse seu espaço também.
    Já estou te seguindo com alegria.
    Deus a abençoe!
    Carinhosamente,
    Angela

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  3. Olá, boa tarde.
    Sou professora da rede pública na cidade de Angra dos Reis e tenho em minha turma um aluno, incluído que,embora não
    diagnosticado,aparente ser portador de afasia.Já conversei com a mãe do aluno e a mesma alega só agora ter encaminhado a criança ao fonoaudiológo e neurologista.Minha classe é de primeiro ano e venho encontrando bastante dificuldades em realizar um trabalho com o aluno. Gostaria de sugestão de atividade para ele.
    obrigado.

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    1. Oi Vania!
      Sugiro que você acelere e insista no diagnóstico e realize parceria com os especialistas como fonoaudiólogos que geralmente atendem estas crianças e podem recomendar as atividades conforme o caso de seu aluno.
      Perceba como a família se comunica com ele e o que pode fazer tbém. Imagens em cartões,gestos, significados importantes e da vida diária.
      Um abraço e sucesso com seu aluno.

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  4. Meu pai desenvolveu afasia após um avc. Faz 40 dias hoje. Ele compreende o que falamos, consegue ler várias coisas. Mas ainda está naquela fase de confusão mental típica de AVCs recentes. Porém, dia a dia percebemos que a capacidade de cognição dele está bastante preservada.
    Ele vem já apresentando uma fala compreensível para algumas palavras como: não, depois e frases como "estou entendendo...", "feche a porta...", "tira a mão..." já o ouvimos falar. Palavras "desliga", "quero", "pode"... ele também já consegue pronunciar, às vezes.
    Ele tem 75 para 76 anos, é bem idoso. Será que ele tem capacidade de se recuperar um pouco? E em média em quanto tempo isso acontece?

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  5. Olá Renata e Raquel!
    O caso do seu pai deve ter acompanhamento de especialistas na área da saúde como neurologista, otorrino e ou fonoaudiólogo.
    Com diagnóstico dos mesmos acredito que vcs conseguirão compreender o caso e real situação para reabilitação e ou recuperação de formas de comunicação e o tempo estimado.
    Torço por vcs e pelo seu pai.
    Um abraço!
    Até mais!

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  6. Meu irmào após um acidente de moto ficou com afasia, moramos em Santos e estamos com muita dificuldade de encontrarmos profissionais capacitados, vc é da onde?

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    Respostas
    1. Oi Luana.
      É preciso verificar com o médico neurologista qual o tratamento indicado, informando possíveis profissionais em fonoaudiologia que poderão realizar um bom tratamento.
      Espero que dê certo.
      Até mais, Rosangela. Sou de Joinville, SC.

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